Já são conhecidos os seis finalistas à edição de 2021 do Booker Prize, o mais importante prémio de ficção em língua inglesa. O anúncio foi feito esta terça-feira à tarde, pela presidente do júri deste ano, a historiadora Maya Jasanoff, durante uma cerimónia online conduzida pela jornalista da BBC Rebeca Jones a partir de Londres.

A lista completa é a seguinte:

  1. A Passage North, Anuk Arudpragasam (Granta Books);
  2. The Promise, Damon Galgut, (Chatto & Windus);
  3. No One is Talking About This, Patricia Lockwood (Bloomsbury Circus);
  4. The Fortune Men, Nadifa Mohamed (Viking);
  5. Bewilderment, Richard Powers (Hutchinson Heinemann);
  6. Great Circle, Maggie Shipstead (Doubleday).

Representativa de diferentes estilos, cenários e ideias, a shortlist inclui uma estreante, a norte-americana Patricia Lockwood, com No One is Talking About This, e deixa de lado um dos favoritos ao prémio, Kazuo Ishiguro, que integrava a longlist com o seu mais recente romance, Klara and the Sun, o primeiro desde o Prémio Nobel da Literatura, em 2017.

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Kazuo Ishiguro entre amizades artificiais

A shortlist foi selecionada a partir de 158 trabalhos de ficção, lidos pelos membros do júri entre janeiro e junho, “o que dá basicamente um livro por dia”, disse Maya Jasanoff. “Tínhamos uma longlist tremenda para trabalhar”, admitiu, lembrando que todos os nomeados, desde que o galardão foi criado, estão agora disponíveis para consulta no novo site dos prémios Booker. “Representativa de um leque tão variado de estilos, cenários e lugares, [a shortlist] é um testamento da qualidade dos livros que tínhamos perante nós e também uma reflexão sobre a variedade de experiências e perspetivas que cada um de nós levou para as reuniões. Foi muito difícil cortar a lista [de 13] para seis].”

Segundo Maya Jasanoff — que preside ao júri composto pelo escritor e antigo arcebispo Rowan William, a atriz Natascha McElhone, romancista e duas vezes nomeado para o Booker Prize Chigozie Obioma e a jornalista Horatia Harrod — os seis finalistas têm certas “qualidades-chave”: “São imersivos, histórias que nos conseguem absorver, vocês que entram dentro das nossas cabeças, parecem refletir a experiência da ler durante o confinamento. São globais nos seus autores, nos seus cenários e parecem transportar-nos, isto num ano em que tantos de nós estivemos confinados em casa. E comunicam com o tema da vida e da morte, que são tão pertinentes neste momento catastrófico”.

[Reveja aqui o anúncio dos seis finalistas ao Booker Prize de 2021:]

A longlist do Booker desvendada a 27 de julho, mais tarde do que costumava ser habitual. A Covid-19 obrigou a organização a repensar o formato do prémio, com a longlist e shortlist a serem comunicadas apenas online e com a cerimónia de entrega do prémio a acontecer sem a presença de público. O calendário foi também alterado e os diferentes momentos do galardão empurrados mais para a frente no ano. O vencedor era geralmente conhecido em outubro, mas desde 2020 que é revelado em novembro.

Outra mudança prende-se com a comunicação das principais datas. Normalmente, estas são reveladas em conjunto com as do prémio de tradução, o International Booker Prize, no início de cada ano, mas em 2021 foi diferente. O International Booker já tinha decorrido (o vencedor, David Diop, foi anunciado no início de junho) quando a organização avançou com as datas relativas ao Booker.

Este ano, o vencedor será anunciado no dia 3 de novembro, durante uma cerimónia realizada em parceria com a BBC no teatro da rádio e estação de televisão britânica, em Londres. O vencedor receberá um prémio pecuniário de 50 mil libras (59 mil euros). Os autores da shortlist recebem cada um 2.500 libras (perto de três mil euros). No ano passado, o Booker Prize foi atribuído a Douglas Stuart, por Shuggie Bain. Stuart foi o segundo autor de nacionalidade escocesa a receber o galardão.

Escocês Douglas Stuart vence Booker Prize 2020