O português Henrique Sá Pessoa (Alma em Lisboa) ficou, esta quarta-feira, classificado em 38.º lugar, a maior entrada na tabela dos 100 distinguidos na lista dos The Best Chef Awards, cujo primeiro lugar foi atribuído ao espanhol Dabiz Muñoz (DiverXo em Madrid).
Além de Sá Pessoa, que entra pela primeira vez neste ranking e arrecada simultaneamente o prémio de “melhor entrada”, José Avillez (Belcanto, duas estrelas Michelin, Lisboa, e cerca de uma dezena de outros restaurantes em Portugal e no Dubai) é o outro cozinheiro português na lista, desta vez em 44.º lugar, uma subida face à 70.ª posição da edição de 2020.
Os prémios foram anunciados esta noite, numa cerimónia em Amesterdão, em que participou presencialmente Sá Pessoa, chef do Alma (duas estrelas Michelin) e de outros restaurantes em Portugal e também um em Macau.
Ao receber a distinção, o português destacou o significado de receber este prémio em Amesterdão, revelando que se prepara para abrir, em novembro, um novo restaurante, o ARCA, na capital dos Países Baixos. Sá Pessoa deixou ainda um agradecimento à sua equipa, destacando que estes foram “momentos difíceis para todos e em particular para os restaurantes”.
Em declarações à Lusa, o cozinheiro resumiu o sentimento: “Estou feliz”.
“É sem dúvida um prémio muito especial”, disse, assinalando este como “um dos momentos mais altos” da sua carreira.
Sá Pessoa assinalou ainda que estes prémios são também positivos para Portugal, com vários chefs com restaurantes no país entre os 50 melhores.
O primeiro-ministro António Costa fez questão de, esta quinta-feira, congratular no Twitter Henrique Sá Pessoa pela conquista, assinalando também a presença de José Avillez na lista.
Parabéns ao chef Henrique Sá Pessoa que passa a integrar a lista dos cem melhores cozinheiros do mundo. Distingue a sua arte e técnica, inspiradas na cozinha tradicional portuguesa.@ChefHSP e José Avilez, na lista #TheBestChefAwards2021. Um orgulho para #Portugal.
— António Costa (@antoniocostapm) September 16, 2021
O austríaco Hans Neuner (Ocean, duas estrelas Michelin, Porches no Algarve) subiu na tabela, este ano, da 69.ª posição para a 50.ª.
Também com restaurantes em Portugal, os espanhóis Martin Berasategui (Fifty Seconds, Lisboa, uma estrela) e Eneko Atxa (Eneko Lisboa, uma estrela) ficaram, respetivamente, em 28.º (37.º em 2020) e 31.º (17.º em 2020).
A distinção, criada pelo especialista em gastronomia italiano CristianGadau e pela neurocientista polaca JoannaSlusarczyk, pretende dar destaque ao cozinheiro em detrimento do restaurante, e a seleção dos nomeados parte de “parceiros independentes” da plataforma.
Na edição deste ano, Dabiz Muñoz (DiverXo, três estrelas) conquistou o título de Melhor Cozinheiro, seguido de Björn Frantzén (Frantzén, Estocolmo, três estrelas), novamente em segundo lugar, depois de ter sido o vencedor em 2019.
Na terceira posição ficou Andoni Luis Aduriz (‘Mugaritz’, Guipuzcoa, Espanha, duas estrelas).
Os prémios distinguem chefes de cozinha em várias categorias, desde logo a de ‘Lenda’, atribuído este ano a Alfonso Iaccarino (Don Alfonso 1890, Itália), enquanto Joan Roca (El Celler de Can Roca, Espanha, já considerado o melhor do Mundo e com três estrelas Michelin), recebeu o prémio relativo à ‘Ciência’, destinado ao cozinheiro que se destaque na investigação, técnicas experimentais e transformação.
A brasileira Manu Buffarra (Manu, Curitiba, Brasil), venceu o prémio ‘Seguidores’, depois de no ano passado ter sido considerada uma ‘Estrela em Ascensão’.
A lista contém os distinguidos do ano passado e cem ‘caras novas’. A votação cabe, em 70%, aos pares — uma forma de os cozinheiros prestarem homenagem entre si -, e os restantes 30% resultam de votos de “uma seleção de jornalistas, críticos, bloggers, fotógrafos e outras personalidades com um conhecimento especial pela alta cozinha”, segundo os promotores.