O candidato do Chega à Câmara de Bragança, Carlos Silvestre, visitou este sábado locais com esgotos a céu aberto no Fervença e defendeu que é possível limpar o rio que atravessa a cidade e fazer um projeto turístico a partir dele.

O candidato fez uma caminhada ao longo de quase três quilómetros, a maior parte intervencionados pelo programa Polis, para mostrar os problemas existentes, que começam ainda antes de chegar ao curso de água.

Às portas do Instituto Politécnico de Bragança, do outro lado da alameda de Santa Apolónia, Filomena Teixeira vive há 21 anos com uma fossa sética a transbordar para um muro de suporte, que pensou ser provisória e que se mantém devido a um litígio com uma obra embargada há outros tantos anos.

Do outro lado da alameda, António Martins cultiva uma das hortas comunitários do politécnico e mostra um cano que despeja para o lameiro, enquanto mais abaixo, junto ao rio, Cláudio comprou casa e tem de conviver com os esgotos de outras habitações a escorrer para o curso de água.

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Acresce o problema das algas nas zonas onde a água está parada e que dão um ar de poluição ao rio.

“Estamos no século XXI, as tecnologias são enormes, há imensas possibilidades de resolver todos estes problemas, haja vontade, temos os técnicos, temos as pessoas que sabem do assunto, um presidente de Câmara não em que saber tudo, mas tem que saber como gerir, como planear e como organizar a sua cidade”, defendeu o candidato do Chega.

Na ação de campanha que a Lusa acompanhou, o candidato chegou até à ETAR, a estação de tratamento dos esgotos instalada nas encostas do castelo de Bragança e que o Chega defende dever ser deslocalizada.

O troço do rio visitado foi alvo da reabilitação do programa Polis, mas o que o candidato observa é que “as pessoas não aderem” ao espaço, onde sobressai, ao longo do percurso, “a degradação total dos bancos, as pinturas, o chão de madeira todo rebentado, os leitos por limpar”.

“Tudo isto não atrai pessoas, precisávamos de criar aqui dinâmicas, principalmente ao fim de semana, criar animação à volta do rio, trazer pessoas a esta paisagem”, considerou.

Carlos Silvestre propõe um projeto integrado que passa pelos rios da cidade, o Fervença e o Sabor, envolvendo diferentes ofertas locais, o politécnico e outras universidades e outras comunidade para aprender com o que já foi feito noutros zonas e aponta o exemplo de Mirandela.

“O Tua era um “riozinho” no verão e agora é sempre um espelho de água, conseguem desportos náuticos e uma série de coisas”, indicou.

O rio Sabor, também em Bragança, faz parte do projeto do Chega para onde defende a criação de uma praia fluvial, uma oferta que não existe na cidade, apesar dos cursos de água existentes.

“É possível, não é nada de megalómano, haja vontade e é preferível fazermos isso e tentarmos dinamizar a cidade do que se calhar termos dinheiro no banco”.

Além de Carlos Silvestre do Chega, concorrem às eleições do dia 26 Hernâni Dias do PSD, Jorge Gomes do PS, António Morais da CDU, Paula Vieira do CDS-PP e André Xavier do Bloco de Esquerda.