O Facebook, que detém o Instagram, afirmou esta segunda-feira que vai “pausar” o desenvolvimento do “Instagram para crianças” (Instagram for Kids, em inglês). A decisão desta suspensão surge depois de várias críticas quanto à vontade da empresa em criar uma plataforma pensada só para menores e de o Washington Post (WP) ter revelado que a rede social sabia dos malefícios que esta causa aos mais jovens e tê-los escondido.

As frases que o Facebook escondeu sobre o mal que o Instagram faz aos jovens

Em março, Adam Mosseri, o diretor geral do Instagram, disse que “as crianças estão a pedir cada vez mais aos pais se podem aderir a aplicações que as ajudem a manter o contacto com os amigos”. Contudo, esta segunda-feira afirma que embora o Instagram Kids seja “para continuar”, o Facebook tem de “continuar a trabalhar com pais, encarregados de educação, e especialistas, para garantir que consegue obedecer a todas as preocupações existentes” para que o projeto seja lançado.

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O Instagram está a trabalhar numa versão para menores de 13 anos

De forma a tentar mitigar as críticas que tem recebido após a investigação do WSJ, o Facebook revelou um comunicado no qual diz mostrar “o que diz na verdade a pesquisa sobre o bem-estar dos adolescente e o Instagram“. Neste documento, a empresa liderada e fundada por Mark Zuckerberg voltou a argumentar que no estudo que não revelou é demonstrado que os “adolescentes relatam experiências positivas e negativas com as redes sociais”.

Tenho que acreditar que os pais prefeririam a opção de seus filhos usarem uma versão do Instagram apropriada para a idade – que lhes proporcionasse supervisão – do que a alternativa”, argumentou Adam Mosseri no Twitter.

Além disso, noutro comunicado, Mosseri tenta defender a sua empresa e refere que as intenções de criar um Instagram para mais novos “nunca teve como intenção as crianças”, mas sim “tweens“, um termo pouco comum em inglês para referir crianças dos 10 aos 12 anos. O responsável do Instagram utilizou ainda o Twitter para defender a sua visão e refere que outras plataformas, como o YouTube ou o Tik Tok, também viram que os “menores de 13 anos estão sub-representados” e que criaram produtos para essa procura.

Esta não é a primeira vez que o Facebook tenta chegar aos mais novos. Em dezembro de 2017, o Messenger Kids foi a primeira aplicação do Facebook lançada para menores de 13 anos . O objetivo foi que as crianças pudessem utilizar o serviço de mensagens. Contudo, dois anos depois, foi revelado que o serviço tinha problemas técnicos que permitiam que adultos usassem a plataforma.

Messenger Kids tem um erro que permite às crianças falarem com estranhos