Ernest Johnson, de 61 anos, morreu devido a uma injeção de pentobarbital na prisão estatal em Bonne Terre. Foi a primeira execução no Missouri desde maio de 2020 e a sétima nos EUA este ano.
O Estado avançou com a execução de Johnson, apesar das alegações do seu advogado de que fazê-lo violaria a 8.ª Emenda à Constituição dos EUA, que proíbe a execução de pessoas com deficiências intelectuais.
Johnson tinha um historial de pontuação extremamente baixa nos testes de QI, desde a infância.
O seu advogado, Jeremy Weis, disse que Johnson também nasceu com síndrome de álcool fetal e perdeu cerca de um quinto do seu tecido cerebral quando um tumor benigno foi removido em 2008.
Um representante do Papa Francisco estava entre aqueles que instaram o Governador Republicano Mike Parson a conceder clemência, dizendo a Parson numa carta que o Papa “deseja colocar perante vós o simples facto da humanidade do Sr. Johnson e da sacralidade de toda a vida humana”. Parson anunciou segunda-feira que não iria intervir.
O crime de Johnson abalou a cidade central do Missouri há quase 28 anos.
Os registos do tribunal mostram que a 12 de Fevereiro de 1994, pediu emprestada uma pistola de calibre 25 ao filho de 18 anos da sua namorada, com planos para roubar uma loja por dinheiro para comprar drogas.
Numa entrevista gravada em vídeo em 2004 com um psicólogo mostrada em tribunal, Johnson disse que estava sob a influência de cocaína enquanto esperava que o último cliente saísse à hora de fecho. Três trabalhadores estavam na loja.
Alvejou as vítimas com a arma emprestada, depois atacou-as com um martelo. Um deles foi também foi apunhalado na mão com uma chave de fendas. A polícia encontrou duas vítimas na casa de banho da loja, e a terceira num frigorífico.
“Isto foi um crime hediondo”, disse Kevin Crane, o procurador do condado de Boone na altura. “Foi traumático, e foi intenso”, frisou.
Johnson tinha pedido anteriormente que a sua execução fosse levada a cabo por pelotão de fuzilamento. Os seus advogados argumentaram que a droga de injeção letal do Missouri, pentobarbital, poderia desencadear convulsões devido à perda do tecido cerebral quando o tumor foi removido.
A lei do Missouri não autoriza a execução pelo pelotão de fuzilamento.
Johnson foi condenado à morte no seu primeiro julgamento e em duas outras ocasiões. A segunda sentença de morte, em 2003, veio depois do Supremo Tribunal dos EUA ter decidido que a execução dos doentes mentais era inconstitucionalmente cruel. O Supremo Tribunal do Missouri proferiu a segunda sentença de morte, e Johnson foi condenado à morte pela terceira vez em 2006.