O canal de televisão japonês TV Asashi emitiu esta quarta-feira uma reportagem sobre a campanha de vacinação em vários países, incluindo Portugal, com declarações do vice-almirante Gouveia e Melo que falou em exclusivo com um jornalista nipónico.
Portugal é descrito como um caso de sucesso, com 85% da população vacinada, e a estação japonesa com sede em Tóquio sublinhou o papel do vice-almirante no processo de inoculação. Numa analogia à profissão, Henrique Gouveia e Melo contou que a campanha de vacinação funcionou como um “navio que está a lutar contra o vírus”, acrescentando depois que muitos vieram para o “navio”. “A grande vitória foi essa.”
O vice-almirante também revelou alguns segredos sobre o processo de vacinação em Portugal. “Calculei tudo como fábricas. Quantas doses de vacinas é que eram capazes os enfermeiros por hora. Calculámos 15 doses”, confidenciou o antigo coordenador da task force da vacinação contra a Covid-19, que contou ainda que foi feito um teste com 800 militares “para testar o sistema“. “Fez-se um modelo desta organização” para “expandir a outros centros”, indicou.
A televisão japonesa emitiu imagens exclusivas do Observador de dia 14 de agosto, no centro de vacinação de Odivelas — quando Gouveia e Melo foi cercado e apelidado de “genocida” e “assassino”. O vice-almirante lembrou o sucedido, dizendo que o “assassino é o vírus” que estava a ter uma “ajuda” por parte dos manifestantes.
Portugal “estava no meio de uma guerra e a guerra é dos portugueses contra o vírus” e o importante era levar a cabo a missão, acrescentou.
Chegada do vice-almirante Gouveia e Melo ao centro de vacinação de Odivelas.
O coordenador da task-force foi interpelado por manifestantes anti-vacinas que o acusaram de ser um “assassino”.
Vídeo: José Carlos Duarte/Observador pic.twitter.com/F0eaIYFnDH— João Porfírio (@porfiriojoao1) August 14, 2021
Questionado sobre as similaridades com a gestão do processo de vacinação e o cargo de vice-almirante, Gouveia e Melo disse que em ambos é preciso “planear as coisas”. “É preciso planear e não improvisar. Se se improvisar nos submarinos, não se vem ao de cima”, salienta, acrescentando que acontece o mesmo “num processo tão complexo” como uma campanha de vacinação.