A UNESCO premiou dois projetos, em Moçambique e no Brasil, no âmbito da educação para raparigas e mulheres. Em Moçambique, foi distinguida a Girl Move Academy, enquanto no Brasil o prémio foi atribuído ao projeto Reprograma. Cada um dos laureados vai receber 50 mil dólares (cerca de 43 mil euros), sendo o prémio entregue esta sexta-feira numa cerimónia virtual.
De acordo com a UNESCO, o projeto “Desbloquear a Educação e as Oportunidades das Raparigas através de Novos Modelos de Referência” da Girl Move Academy, em Moçambique, permitiu que mais de cinco mil raparigas e mulheres tivessem um acesso justo à educação através de um “modelo único de apoio intergeracional”.
“O projeto enfatiza a liderança e as redes sociais como forma de abordar normas e estereótipos prejudiciais que impedem as raparigas e mulheres de atingirem o seu pleno potencial”, lê-se num comunicado emitido pela UNESCO. “Reconhecido pelo seu modelo inovador e rápida adaptação à pandemia de Covid-19 usando tecnologias de baixo custo, o projeto está a ser ampliado através de parcerias com universidades nacionais e outros organizações locais”, sublinha ainda a organização.
A Girl Move Academy recorreu às redes sociais para expressar a sua satisfação com o prémio: “Chegou o reconhecimento mundial à nossa Academia: o Prémio UNESCO para a Educação das Raparigas e Mulheres”, afirma a organização numa publicação no Facebook. “Este Prémio lembra-nos que cada minuto de empenho naquilo que acreditamos vale mesmo a pena.”
O prémio da UNESCO para a Educação de Raparigas e Mulheres chegou também ao Brasil, onde o projeto Reprograma foi “recompensado pelo seu trabalho para a reprogramação do setor tecnológico brasileiro, que está a trabalhar para acabar com as lacunas de género” neste setor.
O foco do Reprograma é dar ferramentas às mulheres para adquirirem conhecimentos na área da computação e ferramentas de capacitação profissional. Este projeto, segundo a UNESCO, chegou a mais de 10 mil mulheres e raparigas, que participaram nos cursos de 18 semanas, sejam em modo presencial ou digital, ferramentas essenciais para dotar as mulheres com o “os conhecimentos de programação, competências e confiança de que necessitam para a mão-de-obra de hoje e de amanhã”.
“Este prémio é muito valioso para a gente, porque representa a valorização do trabalho que juntas temos feito até aqui para reprogramar o Brasil”, reagiu a Reprograma através de uma publicação no Facebook.
Financiado pela China, o prémio da UNESCO para a Educação de Raparigas e Mulheres é atribuído desde 2015 para apoiar projetos inovadores que ajudem a combater a desigualdade de género e a fomentar a educação das mais jovens.