A comissária europeia Elisa Ferreira afirmou esta sexta-feira, em Lisboa, que os fundos europeus são o meio e não o fim, destacando que, no âmbito da bazuca, o novo exercício será mais “forte e determinante”.
“Os fundos são apenas um meio e não o fim. O fim são os objetivos que queremos alcançar enquanto país”, apontou Elisa Ferreira, que falava no Fórum de Políticas 2021, no ISCTE, em Lisboa.
Notando não ser a primeira vez que o país se prepara para receber um pacote de fundos, Elisa Ferreira vincou que este exercício “é mais forte e determinante”.
Segundo a comissária europeia para a Coesão e Reformas, a primeira grande diferença em relação aos exercícios anteriores diz respeito aos montantes, uma vez que Portugal nunca teve um pacote de apoios tão elevado.
Para os primeiros anos, estamos a falar de valores a gerir três vezes superiores ao que Portugal estava a gerir nos períodos anteriores”, precisou.
A segunda grande diferença face aos anteriores períodos, conforme apontou, é que Portugal sofreu uma crise pandémica, quando ainda não tinha recuperado da crise financeira, acrescentando que foi possível mitigar os efeitos da “quase paragem” da economia com a flexibilização dos fundos estruturais.
No encerramento do fórum, Elisa Ferreira referiu ainda que a pandemia foi um momento de reflexão, mas também um acelerador de tendências.
“Vamos poder fazer face aos desafios importantes com um apoio financeiro europeu. Isto aumenta a responsabilidade e o peso das escolhas nacionais nos próximos tempos”, disse.
Por outro lado, destacou que os debates começam a centrar-se não apenas na quantidade dos fundos, mas na sua qualidade, sendo necessário garantir o seu escrutínio.
Neste sentido, considerou que o lançamento do Portal da Transparência é um “passo muito importante”, ressalvando que é preciso continuar este caminho.
“Sem uma gestão adequada, os apoios perdem grande parte do seu sentido”, sublinhou.