A polícia indiana prendeu sete jovens muçulmanos por alegadamente celebrarem a vitória do Paquistão contra a Índia num jogo de críquete, no domingo.
O chefe do governo estatal de Uttar Pradesh, no norte da Índia, disse que os três podem ser culpados por incitação à rebelião, por ciberterrorismo e por “promover hostilidade entre grupos”, por terem postado mensagens de apoio à equipa de críquete do Paquistão nas redes sociais. Outra figura política ligada ao território disse que a polícia iria tomar as medidas mais estritas possíveis contra quem festejar a derrota indiana no críquete. Estas declarações são citadas pelo jornal The Guardian.
Os jovens são da região de Caxemira e estudam engenharia em Agra. A Universidade suspendeu-os depois do sucedido. Alguns estudantes de outras instituições de ensino superior da região em conflito, como por exemplo em escolas superiores de medicina em Srinagar, também foram sinalizados pela polícia por celebrarem a vitória do Paquistão.
O único muçulmano na equipa de críquete da Índia também foi sujeito a vários insultos online depois da derrota da sua equipa.
O facto de alguns muçulmanos indianos apoiarem o Paquistão e não a Índia no críquete tem sido um ponto de discórdia há algumas décadas. Os nacionalistas hindu do BJP (sigla do Partido do Povo Indiano) têm condenado este comportamento, considerando-o desleal ou como traição.
Outras posições mais liberais rejeitam esta ideia e dizem que os indianos devem ser livres para apoiar quem quiserem no críquete ou em qualquer outro domínio da vida. Alguns vão mais além, ao dizer que os extremistas hindu exageram as acusações para difamar os muçulmanos.
A Caxemira, um território dividido entre a Índia e o Paquistão desde 1947, está na origem de dois grandes conflitos e inúmeros confrontos entre esses dois países.