Paulo Rangel enviou esta terça-feira uma nota aos militantes, referindo que o partido tem “de honrar a sua tradição democrática e plural” e não pode “suspender a democracia” para “ganhar as legislativas”.
Esta nota surge após a Comissão Permanente Nacional do PSD — o núcleo duro de Rui Rio — ter escrito aos militantes, pedindo uma “reflexão” interna para adiar diretas, que “seriam totalmente” desajustadas, tendo em conta as “circunstâncias que o país está a viver” e face aos “objetivos que o PSD deve prosseguir”.
Direção do PSD escreve a militantes a pedir “reflexão” para adiar diretas
Paulo Rangel reagiu, argumentando que o PSD tem de olhar para as eleições internas como “um momento para debater o país e preparar as legislativas”. “Precisamos que o novo líder do PSD esteja legitimado pelos militantes e com o mandato para disputar de igual para igual e em plena força as eleições gerais.”
“Vivemos um momento histórico: os militantes do PSD têm na sua mão o poder de, ao mesmo tempo que elegem o seu líder, escolher o próximo primeiro-ministro de Portugal”, lê-se na nota a que o Observador teve acesso.
O eurodeputado indica que “é a única que reúne todas as condições para unir o PSD” e para o “fazer crescer” e para o “fazer vencer as próximas eleições legislativas”. “Só com um partido unido podemos realizar a nossa vocação maioritária”, refere, acrescentando que é a única que pode dar ao país “uma solução de governo estável e reformista”.
Culpabilizando o PS e António Costa pela realização de eleições antecipadas, Paulo Rangel sublinha que é o momento de colocar todas as “atenções” na alternativa que personifica o PSD. E o “caminho é claro” para o eurodeputado, que recusa quaisquer acordos com a “direita radical”, e também rejeita um “bloco central”.
A “grande prioridade” para o candidato à liderança do PSD é a mobilidade social “que servirá de alavanca às restantes políticas”. “Chegou o tempo de o país sair deste declínio e dar de novo a cada português a oportunidade de ‘subir na vida“, lê-se, para além de ser altura de “romper com os erros dos governos socialistas”.