O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa decidiu manter Maria de Jesus Rendeiro em prisão domiciliária com pulseira eletrónica para acautelar perigo de fuga e perturbação de inquérito.

No final de um interrogatório que se iniciou cerca das 16h, a mulher do banqueiro João Rendeiro está igualmente proibida de contactar com Florêncio de Almeida, presidente da ANTRAL, e com o seu filho Florêncio Plácido, ex-motorista do ex-líder do BPP — os dois são visados na investigação por alegadamente terem sido cúmplices de João Rendeiro.

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De acordo com o comunicado do TIC de Lisboa distribuído aos jornalistas, Maria de Jesus Rendeiro está indiciada pelos crimes de desobediência, descaminho (dos quadros apreendidos à ordem de um dos processos do BPP), branqueamento de capitais e de falsificação de documento.

Após o início do interrogatório pelas 16h, Maria Rendeiro decidiu falar e prestar declarações por volta das 17h10 — um comportamento diferente do que demonstrou quando foi ouvida a 29 de outubro noutro processo a propósito do desaparecimento de uma parte das obras de arte apreendidas por ordem judicial para indemnizar os lesados do BPP.

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Os autos da Operação “D’Arte Asas” são autónomos do chamado caso BPP e foram abertos no dia 6 de outubro. Maria Rendeiro é suspeita da alegada prática dos crimes de descaminho, falsificação e branqueamento de capitais. Ao que o Observador apurou, a mulher de João Rendeiro poderá ver o MP imputar-lhe a prática de mais crimes.