A Lista C às eleições da mutualista Montepio, liderada pelo economista Eugénio Rosa, quer “recentrar a Associação Mutualista na produção de respostas habitacionais de carácter não especulativo“. A lista apresentou nesta sexta-feira as linhas orientadoras do programa com que vai concorrer às eleições do próximo dia 17 de dezembro, que vão determinar quem vai liderar nos próximos três anos a mutualista que reúne cerca de 600 mil portugueses.
O mote da candidatura é “Sim à Habitação, Não à Especulação”, com Eugénio Rosa a candidatar-se a presidente do Conselho de Administração e, como o Observador noticiou a 7 de outubro, o ex-líder da CGTP Manuel Carvalho da Silva como candidato a presidente da Mesa da Assembleia-Geral e Ana Drago como primeiro nome para a futura Assembleia de Representantes, um órgão que vai funcionar como uma espécie de “parlamento” da mutualista, com 30 membros de diferentes listas.
Montepio. Ex-CGTP Manuel Carvalho da Silva é candidato a presidente da Mesa da Assembleia-Geral
Os responsáveis pela candidatura querem posicionar a Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM) como parceira estrutural para a execução do Plano de Recuperação Resiliência (PRR), bem como para o apoio a outras formas de produzir habitação que se possam inscrever nas lógicas de Parceria Público-Comunitária. Segundo comunicado de imprensa difundido pela candidatura, o principal objetivo destes candidatos é “adotar um programa robusto de produção de habitação de carácter não especulativo para arrendamento aos associados”
A Lista C pretende estimular a vivência coletiva entre os associados – baseada nos valores da liberdade, igualdade, tolerância, justiça e participação – a partir de soluções de vida em comum, como o co-housing, co-living e outros modelos residências de partilha e colaborativas equivalentes a muitos modelos que estão a ser construídos noutros países de forma generalizada, mas que ainda tardam a chegar a Portugal”.
Por outro lado, no que toca às residências para seniores, a Lista C salienta que “a MGAM apenas detém equipamentos exclusivos e de luxo nesta área, sendo que apenas algumas pessoas com elevados rendimentos podem usufruir desses serviços. Assim, e apesar das Residências Montepio terem sido construídas com o dinheiro dos associados, a esmagadora maioria não tem capacidade financeira para ter usufruto destas estruturas”. É necessário, diz a lista, “repensar uma lógica dos cuidados e do apoio aos associados mais velhos, criando ofertas mutualistas sustentáveis, mais adequadas a todos e não apenas a uma elite económica e financeira”.
O economista Eugénio Rosa concluiu que “a situação em que se encontra a MGAM é consequência da gestão de sucessivas administrações de Tomás Correia, que não acautelaram os interesses dos associados e destruíram em valor mais de 1.000 milhões de euros com decisões irresponsáveis”. Por isso, considera Eugénio Rosa: “É indispensável entender que o Montepio é mais do que um banco, regressando aos valores da ética mutualista e garantindo boas contas e boas práticas, com uma nova equipa”.
Montepio. Melícias e Edmundo Martinho concorrem à assembleia de representantes pela lista A