A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a aguardar por uma decisão da Agência Europeia do Medicamento (EMA, sigla em inglês) sobre a inoculação de crianças entre os cinco e os onze anos, anunciou esta terça-feira Graça Freitas. No entanto, por ser “fortemente a favor da vacinação”, a responsável revela que “ficaria muito satisfeita se pudesse anunciar a vacinação contra a Covid-19 para crianças”.

Em conferência de imprensa conjunta com António Lacerda Sales (secretário de Estado adjunto e da Saúde) e com o coronel Carlos Penha-Gonçalves (responsável por coordenar a campanha de vacinação), a diretora-geral da Saúde explicou que espera não só pelos pareceres da EMA, como também aguarda pelos da comissão técnica de vacinação em conjunto com um grupo de pediatras.

A EMA vai fornecer todos os estados-membros com dois documentos, divulgou a responsável, detalhando que um é uma espécie de “bilhete de identidade das vacinas” e outro revela os ensaios clínicos levados a cabo para o inoculante ser aprovado. Já a comissão técnica, “avalia os benefícios (doença física, saúde mental e também, acrescento, a interrupção da escolaridade) e também os riscos”.

Questionada pelas declarações ao Observador do epidemiologista Manuel Carmo Gomes que davam conta de que a luz verde da EMA não seria suficiente para aprovar a vacinação a crianças, Graça Freitas refere que a decisão da Agência Europeia não é “automática”, sendo que são os países que determinam “o esquema ideal para a população” e como é que o processo se desencadeia. “Cada país tem o seu próprio timing, cada país recorre ao melhor esquema para as suas crianças.”

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A diretora-geral da Saúde sinalizou também que a dosagem das vacinas para crianças será feita de “forma especial” e que apenas será utilizada o inoculante da empresa farmacêutica Pfizer, que, a confirmar-se a autorização, apenas chegará em dezembro em Portugal.

“O grupo dos zero aos nove anos é o mais vulnerável” no momento, apontou Graça Freitas, afirmando que as “crianças transmitem [a doença] entre elas e também a outras pessoas vulneráveis”, apesar de os sintomas não serem tão graves. “Não deixa é de implicar um isolamento durante um período mínimo de dez dias”, ressalva também a responsável.