A sede do Clarín, um dos principais jornais argentinos, foi atacada com cocktails molotov lançados por um grupo de pelo menos nove pessoas encapuçadas, na noite da última segunda-feira, por volta das 23h. “Lamentamos e condenamos este grave ataque que à primeira vista parece ser uma expressão violenta de intolerância contra um meio de comunicação”, mencionou o jornal em comunicado.

Um vídeo gravado por uma das câmaras de segurança— que foi posteriormente partilhado nas redes sociais – registou o momento do ataque.

No vídeo, vê-se os homens, parados do outro lado da rua, a acender e lançar entre sete e oito  cocktails molotov, que atingiram a calçada e a porta de entrada do edifício, causando um incêndio, precisou o jornal. É ainda possível ver que o grupo é interrompido, por instantes, pela passagem de dois autocarros, algo que não os impede de prosseguir com o ataque.

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Não houve feridos nem danos materiais graves. Às 23h15, os bombeiros chegaram ao local, contudo não tiveram que intervir, porque as chamas já se tinham apagado. O caso está já a ser investigado, nomeadamente está a ser analisada uma impressão digital detetada numa das garrafas que não se incendiou.

Pensava que este tipo de episódios na Argentina já tinha sido superado e que tínhamos aprendido com os nossos erros — mas parece que não. Parece que estamos a começar tudo de novo. Encaro-o como um sintoma muito preocupante“, frisou à agência Efe o editor-chefe do jornal Clarín, Ricardo Kirschbaum, relembrando o ataque à sede daquele órgão em 1973.

O presidente da Argentina Alberto Fernandes repudiou o ataque contra a sede do Clarín, enfatizando que “a violência altera sempre a convivência democrática”.