Continuam as chamadas de atenção do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, quanto à tensão entre a Rússia e a Ucrânia na fronteira entre os dois países. Esta quinta-feira, Blinken voltou a alertar Moscovo — representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov — para as “consequências sérias” que possam advir de uma eventual invasão do país à Ucrânia.

O aviso foi feito à entrada para uma reunião em Estocolmo, na Suécia, com Lavrov. “A melhor maneira de evitar a crise é através da diplomacia e é que isso que estou ansioso por discutir com Sergei“, assegurou, citado pela Reuters.

Nos últimos dias, Antony Blinken tem-se desdobrado em ameaças disfarçadas de avisos à Rússia. Na quarta-feira, por exemplo, foi perentório ao dizer que a NATO não se absterá, como até aqui, de impor sanções económicas à Rússia, se Moscovo atacar militarmente a Ucrânia.  “Se a Rússia prosseguir o caminho da confrontação na Ucrânia responderemos com determinação, incluindo sanções económicas que temos evitado usar”, disse.

Estados Unidos garantem que eventual ataque russo à Ucrânia terá resposta séria

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Kiev tem acusado a Rússia de ter enviado mais de 90.000 soldados para a fronteira entre os dois países, mas Moscovo recusa  as acusações de que está a preparar um ataque na Ucrânia, defendendo que tem direito a movimentar tropas dentro dos seus territórios.

Para Blinken, esta mobilização significa a aceleração do “planeamento de uma potencial ação militar na Ucrânia”. “Estamos profundamente preocupados com as provas de que a Rússia elaborou planos para uma significativa agressão contra a Ucrânia“, sublinhou então o chefe da diplomacia dos EUA, que acusa a Rússia de querer “desestabilizar” o país vizinho e levar a cabo “operações militares em grande escala”.

Esta quinta-feira, Blinken voltou à carga e pediu aos países que cumpram o que ficou estabelecido no chamado Protocolo de Minsk, que pôs um ponto final à guerra entre os separatistas pró-Rússia e as forças governamentais ucranianas. “Se a Rússia decidir persistir no confronto, haverá consequências sérias”, avisou.

Sergei Lavrov, porém, disse aos jornalistas que está aberto a dialogar com Kiev e assegura que “tal como o Presidente Putin”, “não queremos nenhum conflito“. Mas, num discurso em Estocolmo, acusou a Europa de estar a regressar a um “cenário de pesadelo de confronto militar”. O próprio Putin também já tinha subido de tom, ao garantir que a Rússia vai atuar caso a NATO coloque mísseis na Ucrânia que possam atingir Moscovo.

Apesar desses avisos, Moscovo adiantou, pela voz de Sergei Lavrov, que em breve vai fazer uma proposta de um novo pacto de segurança europeu que, espera, impeça a NATO de se expandir para leste, escreve a Reuters.