A população urbana da União Europeia (UE) está quase toda exposta a poluentes atmosféricos conhecidos por serem prejudiciais para a saúde, indica um relatório esta terça-feira divulgado.

O relatório “Qualidade do ar na Europa 2021”, da Agência Europeia do Ambiente (AEA), contempla uma atualização da última avaliação da qualidade do ar, comparando as concentrações de poluentes nas cidades europeias com a novas diretrizes da qualidade do ar da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os dados indicam que nos 27 Estados-membros, 97% da população urbana está exposta a níveis de partículas finas acima da diretriz da OMS. Essas partículas proveem da utilização da energia, dos transportes rodoviários, da indústria e da agricultura.

Quanto ao dióxido de azoto, outros dos gases medidos, 94% da população urbana está exposta a níveis acima dos valores da OMS, especialmente devido às emissões dos transportes rodoviários.

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Sobre o ozono, a AEA indica que 99% da população urbana está exposta a níveis acima dos definidos pela OMS.

O relatório conclui que as atividades humanas são a principal origem dos níveis perigosos de partícula finas, dióxido de azoto e ozono, mas lembra também que as emissões globais de todos os principais poluentes atmosféricos na UE diminuíram em 2019, mantendo uma tendência que vem desde 2005.

Em 15 de novembro último a AEA divulgou um relatório segundo o qual a poluição atmosférica causou em 2019 a morte prematura de 364.200 pessoas na União Europeia. Em Portugal nesse ano só a exposição a partículas finas provocou 4.900 mortes prematuras.

No documento indicava-se que as mortes prematuras devido à poluição atmosférica têm vindo a descer (especialmente relacionadas com o dióxido de azoto) mas acrescenta-se que a “poluição atmosférica continuou a levar a uma carga significativa de mortes prematuras e doenças nos 27 Estados-membros da União Europeia”

De acordo com o documento, no ano em análise (2019) a exposição a partículas finas (partículas poluentes em suspensão) provocou 307.000 mortes prematuras na UE, 40.400 mortes foram atribuídas à exposição crónica ao dióxido de azoto, e 16.800 mortes prematuras à exposição aguda ao ozono.

Muitas destas mortes, considerava a AEA, podiam ser evitadas se os Estados cumprissem as normas de qualidade do ar da UE e os valores de referência da OMS. Em Portugal, estima-se no relatório, seriam poupadas 1.900 mortes prematuras se fossem cumpridos os valores da OMS.