O secretário de Estado Adjunto e da Saúde considerou esta terça-feira “um bom indicador” haver “em poucas horas” já cerca de 30 mil crianças com 10 e 11 anos autoagendadas para a vacinação contra a Covid-19.
“Nestas poucas horas, parece um bom indicador para aquilo que todos garantidamente queremos que é a adesão dos pais destas crianças dos cinco aos 11 à vacinação”, afirmou António Lacerda Sales à margem da cerimónia da tomada de posse do primeiro bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas, António Lopes.
O governante recordou “os três grandes objetivos” da vacinação nesta faixa etária: “proteger em primeiro lugar as crianças, proteger também a normalização da sua vida, nomeadamente na escola, e também proteger a vida em sociedade”.
António Lacerda Sales disse ainda esperar que “até ao próximo sábado” muitos mais pais agendem a vacinação dos seus filhos.
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O agendamento da vacinação contra a Covid-19 de crianças com 10 e 11 anos, que vai decorrer nos dias 18 e 19 de dezembro, está disponível desde as 20h00 de segunda-feira, no Portal de Agendamento Online, que permite marcação da vacinação para o local e a data mais convenientes.
De acordo com o calendário apresentado pelo Governo para a vacinação de crianças, de 6 a 9 de janeiro serão vacinadas as que têm entre nove e sete, ficando reservados os dias 15 e 16 para vacinar o grupo dos seis e sete anos, enquanto em 22 e 23 serão vacinadas as crianças de cinco anos.
Entre 5 de fevereiro e 13 de março serão administradas as segundas doses, altura em que ficará o esquema vacinal completo para esta faixa etária, que o Governo calcula em mais de 600 mil crianças.
As crianças com comorbilidades têm prioridade, independentemente da idade, desde que tenham prescrição médica, bastando dirigir-se aos centros para receberem a vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2.
A decisão de vacinar a faixa etária dos cinco aos 11 anos continua a dividir as opiniões médicas e científicas, incluindo em Portugal.
A generalidade dos países tem optado por não vacinar as crianças antes dos doze anos, mas, à medida que o número de infeções aumenta e sobretudo depois de ter sido detetada a variante Ómicron, tem crescido o número dos Estados que estão a alargar os planos de vacinação a esta faixa etária.
Em Portugal, a decisão de vacinar foi comunicada pela Direção-Geral da Saúde em 7 de dezembro, depois de ouvida a Comissão Técnica de Vacinação e ponderadas as questões de natureza logística com o núcleo de coordenação de apoio ao Ministério da Saúde, nomeadamente a disponibilidade de vacinas da Pfizer, na versão pediátrica.
Na segunda-feira, chegaram a Portugal cerca de 300 mil doses de vacinas pediátricas contra a doença Covid-19.
Segundo o relatório diário da DGS, estão agora com a vacinação completa contra o coronavírus SARS-CoV-2 mais de 8,6 milhões de pessoas, enquanto 2,1 milhões já receberam a dose de reforço que está a ser administrada a pessoas com 65 ou mais anos.
A Covid-19 já matou em Portugal, desde março de 2020, 18.687 pessoas e foram contabilizados 1.200.193 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.