O tufão Rai, o mais forte a atingir as Filipinas este ano, provocou pelo menos 12 mortos, segundo um novo balanço divulgado esta sexta-feira pelas autoridades filipinas, que deram conta também de estragos significativos no arquipélago.
A informação foi dada pelo chefe do gabinete de defesa civil, Ricardo Jalad, ao Presidente filipino, Rodrigo Duterte, num encontro transmitido pela televisão, segundo a agência Associated Press (AP).
“Nunca na minha vida experimentei tal ferocidade do vento e nem sequer fomos atingidos diretamente”, disse o presidente da câmara de Iloilo, Jerry Trenas, à AP, acrescentando que pelo menos uma residente foi morta quando foi atingida por um aglomerado de bambu derrubado pela tempestade.
No encontro com Duterte, Ricardo Jalad disse que outras 11 pessoas morreram, na sua maioria depois de terem sido atingidas por árvores, paredes e tetos derrubados, e escombros.
Pelo menos sete pessoas foram dadas como desaparecidas, acrescentou.
Um grande número de casas e edifícios, incluindo um aeroporto e um hotel, foram danificados pelo vento ou inundados pelas águas das cheias, disseram as autoridades.
Mais de 300.000 pessoas foram obrigadas a fugir de casa desde quinta-feira por causa do tufão, e cerca de 18.000 ainda estavam abrigadas esta tarde (mais oito horas em relação a Lisboa), de acordo com as autoridades, citadas pela agência de notícias France-Press (AFP).
Nas últimas horas, o tufão aproximou-se da ilha de Palawan, um destino turístico popular, e os peritos disseram que deverá entrar à noite (hora local) no Mar do Sul da China, em direção ao Vietname.
“Estamos apenas a começar a obter uma imagem completa da situação, mas é evidente que a devastação é generalizada“, disse o chefe da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nas Filipinas, Alberto Bocanegra, citado pela AFP.
O Rai foi descrito como um “supertufão” — o equivalente a um furacão de Categoria 5 nos Estados Unidos — quando chegou à ilha turística de Siargao na quinta-feira, com ventos constantes de 195km/h (quilómetros por hora) e rajadas de até 235 km/h.
A velocidade do vento baixou esta sexta-feira para 155 km/h, disse a agência meteorológica filipina.
“Vemos pessoas a caminhar nas ruas, muitas delas em choque”, relatou o correspondente de televisão da ABS-CBN Dennis Datu, da cidade de Surigao, no Sul de Mindanao, duramente atingida, segundo a AFP.
Dezenas de voos foram anulados em todo o país na quinta-feira, e dezenas de portos foram temporariamente fechados, acrescentaram as autoridades.
Este tufão é particularmente tardio para a época, sendo que a maioria das tempestades tropicais no Oceano Pacífico se formam entre julho e outubro.
Há já algum tempo que os cientistas alertam que os tufões se estão a tornar cada mais poderosos, à medida que aumenta o aquecimento global causado pelo homem.
As Filipinas, consideradas um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas, são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam vítimas e danos.
Em 2013, o supertufão Hayan, o mais mortífero alguma vez registado, causou mais de 7.300 mortos ou desaparecidos.