Portugal doou até hoje 3,7 milhões de vacinas contra a Covid-19, das quais três milhões foram entregues aos países africanos de língua portuguesa (PALOP), disse esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Augusto Santos Silva, que falava à Lusa à margem do 8.º encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, que esta quinta-feira decorreu na Cidadela de Cascais, acrescentou que estas são as vacinas já entregues e que o Governo tem o compromisso de entregar, “até aos princípios do próximo ano”, mais de seis milhões de vacinas.

O ministro lembrou que Portugal pôs em prática, desde o início do processo de vacinação no país, um programa de cooperação multilateral e bilateral com foco na doação e no apoio à administração das vacinas anti-Covid-19.

As vacinas são doadas através do programa COVAX, mecanismo promovido pela Organização Mundial de Saúde para garantir uma distribuição equitativa das vacinas, assim como através da cooperação bilateral, explicou.

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No momento em que nós falamos, 3,7 milhões de vacinas já foram doadas por Portugal. Desses 3,7 milhões, três milhões foram doadas aos países africanos de língua portuguesa. Esse é um esforço muito grande”, disse o o chefe da diplomacia portuguesa.

Santos Silva recordou que em maio o Governo se comprometeu a doar 5% das vacinas que recebesse, o que representava então cerca de um milhão de vacinas, e lembrou que em julho o primeiro-ministro anunciou que esse valor seria triplicado.

“Neste momento já estamos muito perto dos quatro milhões já entregues. Porque o nosso compromisso para entregar até aos princípios do próximo ano é de um valor superior a seis milhões de vacinas“, acrescentou, concluindo: “Temos feito a nossa parte”.

Santos Silva comentava assim declarações do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, que na quarta-feira avisou que nenhum país sairá da pandemia de Covid-19 com doses de reforço de vacinas.

“Nenhum país poderá sair da pandemia com doses de reforço”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, que se tem manifestado reiteradamente contra a administração de doses adicionais de vacinas contra a Covid-19 quando uma parte da população mundial, os mais pobres, em particular em África, continua por imunizar.

“Tem razão o senhor diretor-geral, porque é preciso que toda a gente faça a sua parte, porque nenhum de nós ficará protegido enquanto todos os outros não estiverem protegidos”, considerou Santos Silva.

A Covid-19 provocou mais de 5,37 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.840 pessoas e foram contabilizados 1.253.094 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.