André Coelho reagiu em nome do PSD à mensagem de Natal do primeiro-ministro António Costa, tendo começado por se “associar à contenção demonstrada pelo primeiro-ministro”, não só por o país estar a viver um período pré-eleitoral mas também pelo facto de a pandemia não conhecer fronteiras.
Contudo, Coelho Lima fez questão de dizer que é António Costa quem tem “a responsabilidade de conduzir o país”, tendo criticado Costa por ter feito uma análise da situação pandémica sem ter apresentado as soluções.
O senhor primeiro-ministro deixa que passe a imagem de que todos os males da economia, da saúde e de outras áreas têm a ver com a pandemia. Todos os portugueses sabem que isso não é verdade”, afirmou Coelho de Lima.
O deputado do PSD fez ainda uma alusão à demissão dos chefes de urgência do Hospital da Póvoa do Varzim conhecida este sábado à noite. “Associamo-nos ao agradecimento que fez aos profissionais de saúde mas no caso do senhor primeiro-ministro deveria ser a dobrar. Porque as difíceis condições que os profissionais de saúde vivem nos hospitais, as situações de demissões em bloco de responsáveis que vemos quase todos os dias — nada desses problemas têm a ver com a pandemia”, disse.
Iniciativa Liberal: “Costa sem esperança, sem uma ideia de futuro”
O presidente da Iniciativa Liberal, por seu lado, foi muito mais assertivo, tendo afirmado que a mensagem de António Costa não teve “esperança” nem “uma ideia de futuro” e acusou o primeiro-ministro de não perder “uma oportunidade de fazer propaganda”.
Numa reação em vídeo, João Cotrim Figueiredo afirmou que se tratou de “uma mensagem muito triste, sem esperança, sem uma ideia de futuro”. “Um pouco como este Governo já nos habituou”, disse.
“Mensagem contida” e “propaganda”: partidos criticam mensagem de Natal do primeiro-ministro
Apontando que “próprio primeiro-ministro, no final, reconhece que esta época pré-eleitoral não é uma boa altura para fazer mensagens de Natal, aproveitando o facto de estar a ocupar o cargo de primeiro-ministro”, o líder da Iniciativa Liberal assinalou que “o Presidente da República, no ano passado, cancelou a sua mensagem de Ano Novo exatamente porque estava próximo das presidenciais”.
Mas já se sabe: António Costa não perde uma oportunidade de fazer propaganda e, neste caso, uma propaganda, repito, muito triste e sem qualquer ideia de futuro”, criticou.
CDS acusa primeiro-ministro de querer resumir Portugal “à covid e ao medo da doença”
O CDS acusa o primeiro-ministro de querer resumir Portugal “à covid e ao medo da doença” na sua mensagem de Natal, rejeitando o “confinamento político em que António Costa quer encerrar” o país até às legislativas.
Numa reação em vídeo, a cabeça de lista do CDS pelo Porto nas eleições legislativas de 30 de janeiro, Filipa Correia Pinto, considerou que a mensagem de Natal do chefe do Governo “tem um único objetivo: confinar e resumir Portugal e a nossa vida coletiva à covid e ao medo da doença”.
Chega afirma que Costa mostrou “incapacidade” de se responsabilizar por problemas
O presidente do Chega defende que a mensagem de Natal do primeiro-ministro não traz “nada de novo” e demonstrou uma “incapacidade” de António Costa se responsabilizar pelos problemas do país, além de “esquizofrenia política”.
Estas duas características marcam a mensagem de Natal de António Costa, a incapacidade de se auto responsabilizar e perceber que os erros que o seu Governo cometeu estão a gerar aos portugueses os problemas que hoje estamos a viver, e a esquizofrenia política de não perceber que tudo o que está em seu redor, que todos os grandes dramas que estamos a viver hoje, têm também o seu cunho e a sua mão enquanto primeiro-ministro”, afirmou André Ventura.
Num vídeo enviado às redações, o líder do Chega criticou também que “o Governo de António Costa foi responsável pelo desastre” dos setores que elogiou e “vem agora saudá-los como se o seu esforço tivesse sido também acompanhado pelo esforço do Governo”.
Bloco diz que se esperava mais de mensagem de Costa e lamenta ausência de outros temas
O BE lamenta que a mensagem de Natal do primeiro-ministro tenha sido um “discurso monotemático” e não tenha tido “uma palavra” sobre a falta de professores ou o combate ao crime económico, apontando que se esperava “mais”.
“António Costa teve um discurso monotemático num momento em que os desafios do país são variados”, afirmou o líder parlamentar bloquista num vídeo enviado às redações.
Pedro Filipe Soares defendeu que “esperava-se mais” de “um discurso que em princípio é marcante sobre o momento” que o país atravessa.
PCP critica omissões sobre Trabalho, Habitação e Saúde. Elogios são “merecidos” mas não chegam
O PCP também queria mais: conforme diz o líder parlamentar, João Oliveira, num vídeo enviado este domingo às redações, Costa devia ter aproveitado a mensagem de Natal para indicar “uma perspetiva de resposta global” aos problemas do país, incluindo “desemprego, baixos salários e pensões, precariedade laboral, falta de acesso à Habitação e falta de creches” — vários pontos de discordância entre PCP e PS, alguns dos quais determinaram mesmo o chumbo do último Orçamento do Estado e com ele a atual crise política.
Costa, no entanto, “entendeu não dar essa resposta”, critica o PCP. E quanto à pandemia, “ficou-se pelo elogio ao SNS e aos profissionais de Saúde”, que mesmo sendo “merecido” peca por escasso: “Mais importante teria sido apontar uma perspetiva de concretização de medidas há muito tempo identificadas”, insiste — exemplos são o reforço de equipas de saúde pública, a contratação de mais profissionais, a recuperação de consultas e cirurgias em atraso ou o pagamento do subsídio de risco.
PAN pede maior reconhecimento aos profissionais de saúde
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, considera que na mensagem de António Costa “ficou de fora um aspeto essencial”: “O reconhecimento aos profissionais de saúde só se fará quando houver uma efetiva valorização das suas carreiras, das condições em que trabalham e do investimento no Serviço Nacional de Saúde”.
A líder do partido fala numa “noite de solidariedade” e por isso lamenta que o primeiro-ministro não tenha demonstrado nesta mensagem “preocupação e compromisso efetivo no combate à pobreza”. Inês Sousa Real afirma que “este tem de ser um compromisso e um empenho para 2022”.
Costa “contido” admite falhas no combate à pandemia: “Não conseguimos chegar sempre a tempo”
Na sua tradicional mensagem de Natal, que disse ser este ano mais contida do ponto de vista político por se estar em período pré-eleitoral, o primeiro-ministro salientou hoje que a guerra contra a covid-19 ainda não acabou, considerou que é fundamental prosseguir o reforço vacinal em Portugal e elogiou o trabalho “inexcedível” dos profissionais de saúde e a resposta do SNS.
Na sua sétima mensagem de Natal desde que exerce as funções de primeiro-ministro, António Costa fez um rasgado elogio à forma como os profissionais de saúde têm estado empenhados no combate à covid-19.
A seguir, deixou avisos em relação à evolução da pandemia nos próximos meses.
A vacina provou ser a arma mais eficaz no combate à pandemia, uma extraordinária vitória da ciência, mas a guerra ainda não acabou. Como sabemos, há milhões de seres humanos em todo o mundo que ainda não tiveram acesso à vacina e, enquanto assim for, o vírus continuará ativo e persistirá o risco de se transformar em novas variantes”, advertiu Costa.
Por isso, para o líder do executivo, “é fundamental acelerar a vacinação à escala global e prosseguir o reforço vacinal em Portugal”.
PS. Mensagem de António Costa oferece uma garantia de futuro
Texto atualizado a 26 de dezembro para incluir reação do PCP.