Alexey Navalny, opositor de Vladimir Putin e mais recente prémio Sakharov, criticou Portugal, um país da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), por ter concedido cidadania a Roman Abramovich, que classifica como o “oligarca mais próximo de Putin e uma das suas carteiras”. No rol de acusações, Alexey Navalny chega a dizer que “as autoridades portuguesas carregam malas com dinheiro”.
3/12 But then the lawyer comes in and tells the news from real life. The closest oligarch to Putin and one of his wallets, Roman Abramovich, turned out to have received Portuguese citizenship. Citizenship of a NATO country.
— Alexey Navalny (@navalny) December 23, 2021
A crítica surge numa altura em que cresce a tensão entre a NATO e a Rússia por causa da Ucrânia e está relacionada, sobretudo, com o facto de Roman Abramovich ter conseguido cidadania portuguesa ao abrigo da Lei da Nacionalidade que concede esse direito aos descendentes de judeus sefarditas.
Dono do Chelsea é cidadão português. Roman Abramovich naturalizou-se em abril
Num conjunto de publicações do Twitter, o ativista russo, preso pelo Kremlin, diz que Abramovich e Putin fizeram negócios que prejudicaram o povo russo e que, com esse dinheiro, o agora cidadão português conseguiu tornar-se dono do Chelsea (clube britânico), comprar um avião da Boeing nos Estados Unidos e dar dinheiro a vários países (incluindo Portugal).
“As autoridades portuguesas carregam malas com dinheiro. A economia dos EUA recebeu 350 milhões de dólares. Os apresentadores de TV elogiam Putin na sua luta contra a NATO enquanto espuma pela boca”, escreveu Alexey Navalny, a 23 de dezembro. “Um ciclo perfeito de hipocrisia e corrupção”, concluiu.
11/12
Portuguese officials carry suitcases with money.The US economy received $ 350 million.
TV presenters praise Putin for his fight against NATO while foaming at the mouth.
A perfect cycle of hypocrisy and corruption.
— Alexey Navalny (@navalny) December 23, 2021
Roman Abramovich, dono do Chelsea, não conseguiu renovar o visto para permanecer no Reino Unido em 2018 — diz-se que em retaliação pelo assassinato de Sergei Skripal, agente duplo russo radicado em Londres. Na mesma altura, conseguiu nacionalidade israelita. E, em abril deste ano, cidadania portuguesa.
A cidadania portuguesa permitirá assim a Abramovich circular livremente na União Europeia, tal como a todos os cidadãos dos Estados-membros.