Alexey Navalny, opositor de Vladimir Putin e mais recente prémio Sakharov, criticou Portugal, um país da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), por ter concedido cidadania a Roman Abramovich, que classifica como o “oligarca mais próximo de Putin e uma das suas carteiras”. No rol de acusações, Alexey Navalny chega a dizer que “as autoridades portuguesas carregam malas com dinheiro”.

A crítica surge numa altura em que cresce a tensão entre a NATO e a Rússia por causa da Ucrânia e está relacionada, sobretudo, com o facto de Roman Abramovich ter conseguido cidadania portuguesa ao abrigo da Lei da Nacionalidade que concede esse direito aos descendentes de judeus sefarditas.

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Dono do Chelsea é cidadão português. Roman Abramovich naturalizou-se em abril

Num conjunto de publicações do Twitter, o ativista russo, preso pelo Kremlin, diz que Abramovich e Putin fizeram negócios que prejudicaram o povo russo e que, com esse dinheiro, o agora cidadão português conseguiu tornar-se dono do Chelsea (clube britânico), comprar um avião da Boeing nos Estados Unidos e dar dinheiro a vários países (incluindo Portugal).

“As autoridades portuguesas carregam malas com dinheiro. A economia dos EUA recebeu 350 milhões de dólares. Os apresentadores de TV elogiam Putin na sua luta contra a NATO enquanto espuma pela boca”, escreveu Alexey Navalny, a 23 de dezembro. “Um ciclo perfeito de hipocrisia e corrupção”, concluiu.

Roman Abramovich, dono do Chelsea, não conseguiu renovar o visto para permanecer no Reino Unido em 2018 — diz-se que em retaliação pelo assassinato de Sergei Skripal, agente duplo russo radicado em Londres. Na mesma altura, conseguiu nacionalidade israelita. E, em abril deste ano, cidadania portuguesa.

A cidadania portuguesa permitirá assim a Abramovich circular livremente na União Europeia, tal como a todos os cidadãos dos Estados-membros.

Poder russo continua a minar Londres. Abramovich, agora português, perdeu visto mas Reino Unido ainda é paraíso de estrangeiros milionários