O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, rejeitou esta sexta-feira que a Rússia possa impedir a Ucrânia de fazer parte da organização, alegando que a decisão compete apenas a Kiev e aos países membros da Aliança Atlântica.

Falando em Paris, ao lado do chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, e da ministra da Defesa de França, Florence Parly, Stoltenberg reconheceu que a Ucrânia não é atualmente membro da NATO, pelo que não pode usufruiu das garantias de proteção militar da Aliança.

Ainda assim, Stoltenberg admitiu que a Ucrânia é “um valioso parceiro da NATO e de todos os aliados da NATO”, sendo apoiado na sua integridade territorial e na sua soberania, num momento em que se especula sobre os planos da Rússia para uma invasão àquele país.

O secretário-geral da NATO explicou que a Aliança já oferece a Kiev um apoio “prático e político” perante esta ameaça e insistiu que “todas as nações da Europa têm o direito de decidir o seu destino, incluindo a Ucrânia”, referindo-se à possibilidade de adesão à organização.

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Na mesma conferência de imprensa, Le Drian sublinhou que, face às ameaças da Rússia à Ucrânia, “a NATO está unida” e Parly garantiu que a Aliança Atlântica continuará a ser “a base da defesa coletiva” dos aliados.

Está claro para nós que qualquer ataque à integridade da Ucrânia teria consequências estratégicas massivas da nossa parte”, disse o ministro de Negócios Estrangeiros francês.

Stoltenberg disse desejar que a Rússia não entre numa escalada de tensão, regressando aos palcos diplomáticos para “encontrar uma solução política” na crise ucraniana.

A reunião que esta sexta-feira decorreu em Paris serviu para Stoltenberg abordar com a França a revisão dos objetivos estratégicos da NATO, que está a ser realizada com vista à cimeira da organização em Madrid, em junho do próximo ano.