O Presidente norte-americano, Joe Biden, sublinhará na quinta-feira ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, que os Estados Unidos estão preparados para a diplomacia, mas também para “responder” se a Rússia invadir a Ucrânia, indicou esta quarta-feira a Casa Branca.
“Estamos preparados para fornecer à Ucrânia mais ajuda para defender o seu território e responder a uma potencial ocupação russa nas próximas semanas”, declarou um alto responsável da Administração norte-americana, numa conferência de imprensa telefónica.
A Casa Branca também revelou que a chamada telefónica que se realizará na quinta-feira entre Biden e Putin para falar sobre a situação na Ucrânia ocorrerá a pedido expresso de Moscovo.
“Esta chamada foi agendada depois de a parte russa a ter pedido”, indicou o alto responsável norte-americano.
Alguns minutos antes, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Emily Horne, tinha anunciado esse telefonema e recordado que Biden continua a manter conversas e consultas com os seus aliados para encontrar uma resposta comum para o aumento da presença militar russa na fronteira com a Ucrânia.
Na conferência de imprensa, a Casa Branca adiantou que Biden “deixará claro” a Putin que os Estados Unidos estarão sempre ao lado dos seus aliados na região – numa clara referência à Ucrânia – e que não aceitarão nada sobre países terceiros amigos sem que estes participem nas conversações.
A conversa telefónica de Biden e Putin decorre 23 dias depois da videoconferência que mantiveram, na qual o chefe de Estado norte-americano advertiu de que responderá a um eventual ataque da Rússia à Ucrânia com fortes medidas económicas, que poderão incluir “a suspensão” de um gasoduto russo, além do reforço da defesa no flanco oriental da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte).
Putin, por seu lado, insistiu então, e nos dias posteriores, que é a NATO, e não a Rússia, a responsável pela atual tensão militar em torno da Ucrânia.
Há seis dias, na sua conferência de imprensa anual, o Presidente russo exigiu garantias “imediatas” de segurança aos Estados Unidos e à NATO, advertindo-os para não “empatarem” durante décadas as negociações que arrancarão em princípios de 2022 em Genebra.
A conversa acontecerá duas semanas antes das negociações entre os dois países, agendadas para 10 de janeiro, em Genebra, sobre tratados de controlo de armas nucleares e sobre a situação na fronteira russo-ucraniana, onde o Ocidente acusa Moscovo de reunir tropas para um possível ataque.
Num sinal de que as conversações de 10 de janeiro serão duras, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, já descartou quaisquer “concessões”.
Os Estados Unidos, por seu turno, já tinham avisado que alguns pedidos russos eram “inaceitáveis”.