O governo da região de Aragão, em Espanha, quer fazer uma análise de ADN aos restos mortais que se encontram num túmulo na Catedral de Barcelona, por se acreditar que possam na verdade pertencer à rainha Petronila I.

Nascida em 1136, a rainha do reino de Aragão – que atualmente corresponde à região administrativa com o mesmo nome – teve, segundo o El País, um papel importante na consolidação da dinastia de Aragão. Em 1157, Petronila deu à luz Afonso II, o primeiro monarca desta casa real. Não se sabe, todavia, qual real o paradeiro do túmulo da rainha, que morreu em 1173, em Barcelona.

O governo de Aragão, contudo, suspeita que Petrolina I repouse na Catedral de Barcelona, tal como era o seu desígnio no testamento deixado pela monarca. Petrolina estará, porém, numa campa com outro nome, o da condessa Almodis de la Marca. O executivo aragonês pediu ao arcebispo de Barcelona autorização para realizar testes de ADN aos restos do corpo que se encontra na catedral, para compará-los posteriormente com análises de ADN descobertas em 2011 que pertencem ao pai de Petrolina, Ramiro II de Aragão.

Caso seja autorizada a recolha de ADN e se confirme que este pertencente à rainha, os restos não serão transladados para a região de Aragão, querendo o executivo apenas assegurar se é de facto na Catedral de Barcelona que estão sepultados os restos de Petrolina I.

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Ela [a monarca] pediu para descansar em Barcelona e nós acataremos os seus desejos. Outra coisa é termos a obrigação, enquanto aragoneses, de verificar se ali está repousada Petrolina I de Aragão”, asseguraram fontes do governo regional.

A questão tinha já sido levantada há quase duas décadas, quando o arquiteto responsável pela catedral, Joan Nonell, levantou a hipótese de o corpo da rainha estar na capital da Catalunha, dentro do túmulo da condessa. Segundo o arquiteto, o arquivista da catedral, Francisco Tarafa, teria identificado incorretamente os dois corpos durante o século XVI.

O arquiteto tinha já pedido, em 2010, para que fossem analisados os restos que se encontravam na campa da condessa Almodis de la Marca, mas o responsável pelo Património Cultural do Arcebispado de Barcelona, Josep Bonet, recusou o pedido.

“Se aceitássemos todos os pedidos deste género que nos fazem, estaríamos todos os dias a observar ossos. A nossa missão é outra”, refutou o responsável.