Bill Gates acredita que a pandemia da Covid-19 está a entrar na sua fase final e que após o pico da variante Ómicron o coronavírus passará a ser tratado como uma gripe comum.
Numa entrevista feita na terça-feira através do Twitter, com Devi Sridhar, presidente da Universidade de Edimburgo, Bill Gates afirmou que “agora que os países atravessam a vaga da Ómicron, os serviços de saúde vão ser desafiados“.
As countries experience their Omicron wave health systems will be challenged. Most of the severe cases will be unvaccinated people. Once Omicron goes through a country then the rest of the year should see far fewer cases so Covid can be treated more like seasonal flu.
— Bill Gates (@BillGates) January 11, 2022
“A maior parte dos casos graves vão ser pessoas não vacinadas. Assim que a Ómicron passar por um país, então no resto do ano deverão haver muito menos casos, e portanto a Covid-19 poderá ser tratada como uma gripe sazonal“, afirmou o cofundador da Microsoft.
Bill Gates considera prioritário que se criem vacinas capazes de proteger a reinfeção por parte do coronavírus, e que sejam eficazes durante vários anos.
As vacinas que temos previnem a doença severa e a morte muito bem, mas falta-lhes dois fatores importantes. Primeiro, [as vacinas] ainda permitem infeções (surtos) e a sua duração parece ser limitada”, explicou à presidente da Universidade de Edimburgo.
O milionário aproveitou ainda para dar a sua opinião e relação às teorias que o envolvem, e que o colocam no centro de um plano que consiste na inserção de chips nos braços das pessoas através das vacinas. “As pessoas como tu, eu e Tony Fauci têm sido alvo de bastante desinformação. Não estava à espera. Como [dizerem que] coloco chips em braços, não faz sentido para mim — porque é que o faria?”
Em setembro de 2020, numa entrevista realizada pela Fox News, Bill Gates tinha previsto que a pandemia terminaria em 2022. O cofundador da Microsoft é ainda um dos líderes, em conjunto com a sua ex-mulher, Melinda Gates, da fundação de filantropia Bill & Melinda Gates Foundation.
Segundo a Quartz, a fundação é a segunda maior contribuidora para a Organização Mundial de Saúde, atrás apenas da Alemanha. Em 2021, a fundação doou 680 milhões de euros, tendo o país da Europa doado mil milhões de euros. Os Estados Unidos da América, em terceiro na lista de maiores contribuidores, cedeu 637 milhões de euros à Organização Mundial de Saúde.
A Bill & Melinda Gates Foundation iria investir, segundo a Reuters, em outubro do ano passado, 105 milhões de euros para o desenvolvimento de genéricos do medicamento Merck, o comprimido oral que serve de tratamento à Covid-19
Esta quarta-feira, uma das principais responsáveis da Organização Mundial de Saúde na Europa, Catherine Smallwood, afirmou que “ainda não estamos no momento de classificar a Covid-19 como endémica“.
Ainda é demasiado cedo para pensar na Covid-19 como uma gripe, avisa a OMS
“Ainda temos uma grande quantidade de incerteza e um vírus que está a evoluir rapidamente, o que nos coloca novos desafios. Não estamos, certamente, no momento em que podemos chamar-lhe endémico”, concluiu.