“Nightmare Alley — Beco das Almas Perdidas”
Guillermo del Toro adapta aqui um livro policial publicado nos anos 40 e que foi então filmado por Edmund Goulding com Tyrone Power no papel principal, agora retomado por Bradley Cooper. Stanton Carlisle é um ambicioso e ganancioso feirante que se apropria de um número de mentalismo alheio, que o faz subir no mundo do entretenimento e o junta a uma sedutora psiquiatra (Cate Blanchett) para vigarizarem um milionário, convencendo-o que ele pode contactar com a rapariga que amou na juventude e morreu por culpa sua. “Nightmare Alley — Beco das Almas Perdidas” tem um elenco opulento e del Toro esmera-se na recriação das atmosferas da década de 40, quer as encardidas e sórdidas das feiras ambulantes, quer as requintadas e luxuosas da alta sociedade de Chicago. Mas à força de tanto investimento na direção artística, o filme perde em realismo, capacidade de síntese e crueza, e acaba por ser um “pastiche” elaboradíssimo, dispendioso e cheio de palha dos policiais económicos e sem rodeios, mas plenos de fatalismo e crispação dramática, que se faziam na época em que este se passa.
Albatros
No novo filme do francês Xavier Beauvois (“Dos Homens e dos Deuses”, “As Guardiãs”), Jérémie Renier personifica Laurent, um polícia de uma vila da Normandia que se vai casar com a mulher com quem vive há 10 anos e de que tem uma filha, mas que vê a carreira e a vida arrasadas quando, ao tentar impedir um agricultor desesperado de se suicidar, o mata por acidente. A primeira parte do filme descreve, com realismo e empatia, os muitos problemas com que os polícias têm que lidar no seu quotidiano, e o crescente mal-estar que se sente na França profunda e originou movimentos de protesto como o dos “coletes amarelos”; na segunda, ao meter o abaladíssimo Laurent no seu pequeno barco à vela e fazê-lo rumar ao mar alto e voltar as costas à família, aos camaradas e às responsabilidades, Beauvois dá uma guinada muito grande à história e o filme perde em interesse e emotividade por causa dessa escolha narrativa. Embora, tal como Laurent, “Albatros” acabe por regressar a bom porto no final.
“Memória”
O novo filme do tailandês Apichatpong Weerasethakul, o atual “menino de ouro” do circuito mundial dos festivais e do cinema de “arte e ensaio”, ganhou o Prémio do Júri em Cannes e foi rodado na Colômbia (país que representa na pré-nomeação ao Óscar de Melhor Filme Internacional). Tilda Swinton interpreta Jessica Holland, uma escocesa que mora e trabalha em Medellín, e vai visitar a irmã, que vive em Bogotá com o marido e está internada num hospital com um problema respiratório. Uma noite, Jessica acorda afligida por um estranho problema auditivo, que se torna recorrente e ela não consegue explicar. “Memória” conta também no elenco com Jeanne Balibar e Agnes Brekke. Pode ler a crítica aqui.
“Agentes 355”
Jessica Chastain, Diane Kruger, Lupita Nyong’o, Penélope Cruz e Bingbing Fan são um grupo de agentes de diferentes serviços secretos internacionais, que se juntam neste filme de ação e espionagem realizado por Simon Kinberg, para recuperarem uma perigosíssima arma ultra-secreta informática que corre o risco de cair nas mãos dos piores vilões mundiais e ser usada para causar horríveis catástrofes a nível global. Pode ler a crítica aqui.