Os bancos a operar em Portugal deram mais 4,4% em crédito à habitação em 2021, em comparação com 2020, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal. Os dados mostram, também, que o crédito ao consumo cresceu a um ritmo menor (2,4%) e ainda está em níveis inferiores ao anos antes da pandemia. Já os depósitos de particulares subiram 6,6%, para 172,9 mil milhões no final de 2021.

O ritmo de crescimento no crédito à habitação “aumentou durante todo o ano, sendo necessário recuar a 2010 para encontrar valores semelhantes”, diz o Banco de Portugal na nota de resumo divulgada. No final de 2021, o stock total de empréstimos à habitação era de 96,9 mil milhões de euros, indica o supervisor financeiro.

Por outro lado, o crédito ao consumo tem tido uma evolução diferente. “Em 2021, o montante total concedido para esta finalidade cresceu 2,4% relativamente a 2020, para 19,2 mil milhões de euros”, diz o Banco de Portugal, acrescentando que “o ritmo de crescimento dos empréstimos ao consumo continua aquém dos anos anteriores à pandemia”.

Os dados abrangem, também, as empresas, onde “em 2021, o montante total de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas cresceu 4,2% em relação a 2020”.

Este crescimento foi positivo ao longo de todo o ano, mas começou a desacelerar a partir de maio, sobretudo nas micro e pequenas empresas, cujos empréstimos cresceram, em 2021, 7,8% e 4,2% respetivamente. Em 2020, em decurso da disponibilização de linhas de crédito de apoio às empresas no âmbito da pandemia, os empréstimos a estas empresas tinham crescido 13,9% e 13,3%, respetivamente”, diz o Banco de Portugal.

O supervisor acrescenta que o montante de depósitos das empresas em bancos em Portugal cresceu 17,0% relativamente a 2020, para 61,8 mil milhões de euros. “É necessário recuar até finais de 2010 para encontrar taxas de crescimento semelhantes às que se verificaram nos dois anos da pandemia”, diz o Banco de Portugal.

Em simultâneo, em dezembro de 2021, “2,3% do montante total de empréstimos concedidos às empresas estava em incumprimento”, menos um ponto percentual do que os 3,3% de dezembro de 2020. “Este foi o valor mais baixo registado desde 2008, prolongando a tendência de decréscimo observada desde finais de 2016”, diz o Banco de Portugal.

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