O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, bem como a respetiva família, foram deslocados da residência oficial para um local não revelado devido a receios relacionados com os protestos anti-vacinas para a Covid-19, segundo a agência Efe.

De acordo com a radiotelevisão pública canadiana CBC, citada pela agência espanhola, a família de Justin Trudeau foi transportada pelos serviços de segurança canadianos para um lugar seguro na capital, Otava.

Mesmo que até ao momento os protestos tenham sido pacíficos, as forças de segurança do Canadá temem que elementos radicais que se juntem ao chamado ‘Comboio da Liberdade’ provoquem ações violentas.

Entre os cartazes transportados pelos manifestantes que se começaram a reunir em frente ao edifício do parlamento canadiano, há algumas mensagens obscenas e violentas dirigidas ao primeiro-ministro.

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Algumas mensagens sugerem “enforcar” o responsável político do partido Liberal (centro/centro-esquerda) por impor medidas de contenção da pandemia de Covid-19.

Na quinta-feira, o responsável de segurança do parlamento advertiu que alguns manifestantes pediram informação ao público acerca das moradas das casas de alguns políticos, pelo que recomendou aos deputados canadianos que se desloquem para locais seguros nos próximos dias.

O protesto iniciou-se no início desta semana através de camionistas que se opõem à decisão do Canadá e dos Estados Unidos de requerer a estes trabalhadores transfronteiriços que estejam vacinados, de forma a evitar quarentenas de 14 dias.

A medida afeta cerca de apenas 15% dos camionistas que ainda não se vacinaram, de acordo com a Aliança Canadiana de Camionagem, um grupo que agrega as associações de camionistas.

No entanto, nos últimos dias, grupos opostos a outras medidas de saúde pública adotadas pelas autoridades canadianas, desde os ‘passaportes Covid’ até à limitação de público em estabelecimentos comerciais, uniram-se ao comboio de camiões que percorreu o Canadá, desde o oeste até Otava (este).

Uma campanha na Internet para financiar o protesto já recebeu oito milhões de dólares canadianos (cerca de 5,6 milhões de euros), mas uma investigação da CBC assinalou que pelo menos um terço dos donativos são anónimos e nalguns casos provenientes doutros países.