O primeiro-ministro vai receber a partir de quarta-feira uma série de representantes institucionais dos setores das finanças, educação, saúde, ciência e parceiros sociais, estando os encontros com os partidos parlamentares previstos para o próximo dia 15.
“No âmbito da preparação do próximo ciclo político, que resultou das eleições legislativas do passado dia 30 de janeiro, o primeiro-ministro, António Costa, irá ouvir, a partir de quarta-feira, representantes de diversos setores da sociedade civil”, refere um comunicado divulgado segunda-feira pelo gabinete do líder do executivo.
Tal como tinha anunciado na noite eleitoral das legislativas de 30 de janeiro, em que o PS obteve maioria absoluta, António Costa vai receber no próximo dia 15 os partidos com representação parlamentar, exceção feita ao Chega
Assim, no âmbito do ciclo político da nova legislatura, António Costa terá reuniões a 15 de fevereiro com Livre, PAN, BE, PCP, IL e PSD.
Na quarta-feira, primeiro dia da série de audiências, que se prolongará até dia 15, o primeiro-ministro recebe a presidente do Conselho das Finanças Públicas e o Conselho Nacional de Saúde.
Já na quinta-feira, haverá audiências com representantes dos conselhos nacionais de Educação, e de Ciência, Tecnologia e Inovação, com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e com Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.
Depois, na sexta-feira, António Costa recebe o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável e o Conselho Nacional da Juventude.
Na semana seguinte, um dia antes das audiências com os partidos, na segunda-feira, o primeiro-ministro reúne-se com representantes do setor social e solidário: A União das Misericórdias Portuguesas, a União das Mutualidades Portuguesas, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e a Confederação Cooperativa Portuguesa.
Também para segunda-feira, estão marcadas reuniões com o Conselho Nacional das Confederações Patronais, com a UGT e CGTP e com o presidente do CES (Conselho Económico e Social), Francisco Assis.
André Ventura: “É um tique preocupante de António Costa no início de uma maioria absoluta”
Na reação à decisão de António Costa não receber o Chega na ronda de audiências, André Ventura diz que se trata de “um sinal muito preocupante de início de mandato para o primeiro-ministro”.
“Significa que entende que há 400 mil eleitores, um partido que é a terceira maior força na Assembleia da República que nem merece ser ouvido pelo primeiro-ministro. António Costa também é meu primeiro-ministro e primeiro-ministro dos 400 mil portugueses que votaram no Chega”, apontou frisando que “em democracia é preciso saber ouvir também os adversários”.
“Eu e o primeiro-ministro temos um mundo de política que nos divide os portugueses sabem isso e nós também”, diz rejeitando a hipótese de poder moderar o discurso para em consequência disso António Costa passasse a querer ouvir o Chega: “Isso seria defraudar os eleitores. O primeiro-ministro não pode só ouvir os políticos e partidos que não lhe fazem mossa ou de alguma forma se aproximem deles”.