O ministério da Defesa ucraniano e os departamentos das forças armadas de Kiev foram esta terça-feira à tarde alvo de um ciberataque, que também atingiu dois bancos privados (Privatbank e Oshadbank) e o banco estatal. No final desta terça-feira, soube-se que os ataques informáticos foram mais graves do que se pensava inicialmente.
De acordo com a Sky News, as disrupções no serviço de internet ucraniano aumentaram desde o meio da tarde desta terça-feira. “A situação está a piorar com a conetividade a falhar ao longo do tempo”, informou um porta-voz da inteligência ucraniano ao jornal britânico.
“O site está em manutenção”, lia-se, esta terça-feira, no site do ministério da Defesa da Ucrânia. Numa publicação na conta oficial do Twitter, a tutela explicou que na origem esteve um ataque DDoS, que sobrecarrega o site em questão com um número elevado de tráfego, que faz com que os servidores acabem por ir abaixo.
❗️Сайт МОУ зазнав, ймовірно, DDoS-атаки: фіксувалася надмірна кількість звернень на секунду.
Проводяться техроботи з відновлення штатного функціонування.
Комунікація через сторінки в FB та Twitter, сайти АрміяInform https://t.co/ukMW41irPW та Армія FM https://t.co/IpDnBXoMXw.— Defense of Ukraine (@DefenceU) February 15, 2022
Além disso, segundo o The Washington Post, o governo russo atingiu sistemas críticos de setores essenciais na Ucrânia — desde os transportes às telecomunicações —, podendo ter acedido a dados confidenciais.
Segundo o mesmo jornal, que cita os serviços de inteligência norte-americanos, este ciberataque poderá ser um ‘ensaio’ para uma eventual invasão russa. O Kremlin poderá estar a testar o impacto que consegue criar nos serviços de internet da Ucrânia, para, se chegar o dia da invasão, conseguir levar a cabo a ofensiva com eficácia e desnorteando as autoridades de Kiev.
Outras possibilidade admitida pelos serviços de inteligência norte-americanos passa apenas pela vontade de Moscovo de criar o pânico na Ucrânia.
Ao Washington Post, uma fonte dos serviços de inteligência dos EUA não conseguem descodificar por completo as intenções, mas garantem que estão a trabalhar com a Ucrânia para “fortalecer a sua ciberdefesa”.
As autoridades estão a investigar o sucedido, mas o Centro Estratégico de Comunicação e de Segurança Informativa, que faz parte do ministério da Cultura, não culpou diretamente ninguém pelo cibertaque, tendo apenas sugerido de que terá sido Moscovo a levar a cabo a ofensiva.
“Não é de descartar que o agressor use táticas de pequenos truques sujos, porque os seus planos agressivos não estão a funcionar em larga escala”, afirmou à agência Reuters fonte do centro estratégico.
Os multibancos deixaram de funcionar na Ucrânia, tendo sido o efeito mais gravoso que afetou a população.
Artigo atualizado às 23h48