A NATO avisou esta terça-feira que o reconhecimento das autoproclamadas repúblicas do Donbass por Moscovo seria uma “violação flagrante” da soberania e integridade da Ucrânia e os Estados Unidos ameaçaram mesmo a Rússia com sanções económicas.
“Se isso acontecer, será uma violação flagrante da integridade territorial e da soberania da Ucrânia“, disse o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, durante uma conferência de imprensa antes da reunião dos ministros da Defesa da Aliança, que se realiza na quarta e quinta-feira, em Bruxelas.
Os deputados russos aprovaram esta terça-feira um apelo para que o chefe de Estado, Vladimir Putin, reconheça a independência dos territórios separatistas pró-russos na Ucrânia e que são apoiados por Moscovo desde 2014.
Para o secretário-geral da NATO “não há dúvidas” de que Donetsk e Lugansk “fazem parte da Ucrânia dentro de fronteiras internacionais reconhecidas”.
Por tal, Stoltenberg salientou que o reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk por Moscovo seria também “uma violação dos acordos de Minsk”, destinados a pacificar a região do leste da Ucrânia.
“Assim, seria ainda mais difícil encontrar uma solução política baseada nos acordos de Minsk. A NATO e eu apoiamos os esforços no formato da Normandia, com a França e a Alemanha, para encontrar uma solução política”, concluiu o líder da Aliança Atlântica.
Os Estados Unidos também já avisaram que haverá “consequências” económicas contra a Rússia, se Moscovo reconhecer a independência das autoproclamadas repúblicas no leste da Ucrânia.
Daleep Singh, vice-conselheiro de Segurança Nacional do Presidente dos EUA, Joe Biden, disse numa entrevista televisiva que reconhecer os separatistas seria “uma violação da soberania da Ucrânia”, o que levaria a “uma resposta” e a “consequências” para Moscovo.
“Não quero entrar em especulações sobre o que faríamos ou não faríamos. Mas seria um erro grave de Putin e haveria uma resposta nossa”, disse Singh.
O conselheiro da Casa Branca disse que os Estados Unidos “aprenderam muito” sobre a Rússia desde a invasão da Crimeia em 2014, havendo agora melhor conhecimento sobre “os pontos fracos” da estratégia do Kremlin.