Os automóveis, frequentemente apontados como poluidores, têm no catalisador uma “peça” essencial para filtrar os gases emitidos para a atmosfera, conseguindo (em boas condições de funcionamento) converter 98% dos gases nocivos em compostos mais inofensivos para a saúde e para o ambiente. Sem catalisador, não há como neutralizar a prejudicialidade do monóxido de carbono, dos óxidos de azoto e dos hidrocarbonetos que passam a sair pelo tubo de escape. Essa “limpeza” consegue-se, em parte, graças ao recurso a metais raros como a platina, o paládio e o ródio, matérias-primas cujo preço tem vindo a aumentar – o paládio é mesmo mais caro do que o ouro – e, com ele, também o número de furtos de catalisadores. Por isso, a Guarda Nacional Republicana (GNR) recorreu ao Facebook para deixar alguns conselhos aos automobilistas.

Tendo presente que, segundo as forças policiais, bastam cerca de dois minutos para “aliviar” um carro do respectivo conversor catalítico, há alguns cuidados que podem ajudar a manter os ladrões de catalisadores longe do seu veículo. Nesse sentido, a GNR recomenda que o estacionamento privilegie áreas movimentadas ou zonas bem iluminadas, aconselhando ainda a ter sempre à mão o contacto da força policial mais próxima para que, em caso de furto, a denúncia seja mais rápida, agilizando assim a resposta das autoridades.

A GNR recomenda igualmente que os próprios cidadãos assumam uma postura mais vigilante, recolhendo, sempre que possível, “dados de veículos suspeitos e estranhos na zona”. Informação essa que, posteriormente, poderá ser partilhada com as autoridades e facilitar o trabalho de investigação. Em caso de flagrante, quem testemunhar o crime deverá “recolher o número máximo de elementos de informação possível” e alertar de imediato as autoridades.

Em Portugal, registaram-se perto de 20 furtos de catalisadores por dia, em média, totalizando quase 7000 dispositivos roubados ao longo de 2021. De acordo com o Jornal de Notícias, a PSP efectuou 326 detenções e identificou mais 575 suspeitos, enquanto a GNR prendeu 70 assaltantes e identificou mais 240 pessoas.

Os automóveis a gasolina dos anos 90 ou dos primeiros anos de 2000 são, habitualmente, os alvos preferidos por quem se dedica a esta actividade criminosa.

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