O secretário-geral do PCP considerou esta quinta-feira que as declarações de Vladimir Putin refletem um “país capitalista” e representam “um ataque à União Soviética”, defendendo a via do diálogo para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia.

“O PCP sublinha ao mesmo tempo as declarações de [Vladimir] Putin, que refletindo a posição da Rússia como país capitalista, desferem um ataque à União Soviética e à notável solução que esta encontrou para a questão das nacionalidades e o respeito pelos povos e as suas culturas”, sustentou Jerónimo de Sousa, no decorrer de uma ação partidária em Lisboa, sem especificar a que declarações do Presidente russo se estava a referir.

O líder comunista reiterou que o conflito no leste europeu, que culminou esta quinta-feira com a invasão do território ucraniano, é “inseparável de décadas de crescente tensão e de confrontação” dos Estados Unidos da América (EUA) e da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (NATO) contra a Rússia.

“Expresso a profunda preocupação do PCP pelos graves desenvolvimentos na situação no leste da Europa, envolvendo operação militares da Rússia na Ucrânia“, disse Jerónimo de Sousa, no início da sua intervenção, durante uma sessão partidária sobre o aumento do custo de vida dos portugueses, em Lisboa.

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O dirigente comunista disse que a ofensiva em curso na Ucrânia “comporta perigos e consequências e não pode ser pretexto” para o reforço da “militarização da Europa” ou para agravamentos “das condições de vida dos povos”.

É imperiosa e urgente a necessidade de encontrar soluções de diálogo e negociação que ponham fim ao conflito, garantam a paz e a segurança naquela parte da Europa”, defendeu, numa declaração que teve pouco mais de um minuto e meio.

A Rússia lançou esta quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus “resultados” e “relevância”.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.