O diretor-geral da Agência Espacial Europeia (ESA), Josef Aschbacher, disse esta sexta-feira que se mantém a cooperação espacial com a Rússia, alvo de sanções depois de ter invadido a Ucrânia.

“A ESA continua a trabalhar em todos os seus programas, incluindo a Estação Espacial Internacional e o ExoMars, para cumprir os compromissos com os Estados-membros e parceiros. Continuamos a acompanhar a evolução da situação”, afirmou Josef Aschbacher, na rede social Twitter.

A Rússia é um dos parceiros da Estação Espacial Internacional e da missão robótica europeia para Marte ExoMars, com lançamento previsto para setembro.

Segundo o diretor-geral da ESA, “a cooperação espacial continua a ser uma ponte” entre os países implicados.

Em comunicado, a ESA refere que “um dos pontos fortes que a cooperação espacial demonstrou no passado é a resiliência dos parceiros para superar crises geopolíticas e manter, como é o caso da Estação Espacial Internacional, um local de investigação conjunta para fins pacíficos em benefício de todos”.

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A agência está a avaliar as possíveis consequências que a operação militar lançada na quinta-feira pela Rússia contra a Ucrânia possa ter nas suas atividades e no seu pessoal.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou várias sanções contra a Rússia, incluindo restrições às exportações de alta tecnologia para o país para debilitar setores estratégicos, como o militar, antevendo que isso dificultará a sua “capacidade de modernizar o Exército, degradará a sua indústria aeroespacial e prejudicará a sua capacidade de construir navios”.

Respondendo a Biden, o diretor-geral da agência espacial russa Roscosmos, Dmitri Rogozin, lembrou, na rede social Twitter, que a órbita da Estação Espacial Internacional é controlada no espaço por motores russos.

“Se bloquear a cooperação connosco, quem salvará a Estação Espacial Internacional de uma saída descontrolada da órbita e de uma queda nos Estados Unidos ou… na Europa?”, atirou Dmitri Rogozin.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia e do Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.