Os pilotos mais influentes da Fórmula 1 não se têm poupado a comentários, criticando a invasão da Ucrânia pela Rússia. E Sebastian Vettel, o tetracampeão do mundo de F1, não só é contra a disputa do Grande Prémio (GP) russo, como já afirmou que não quer participar na corrida, mesmo que ela se concretize.

O GP da Rússia deste ano está agendado para 25 de Setembro, no autódromo de Sochi, sendo um daqueles eventos onde Putin habitualmente marca presença, com os seus amigos oligarcas. Ora a hipótese de uma tal exibição, depois de invadir um país, é algo que parece ser demasiado difícil de aceitar para os ases da F1.

Vettel recusa deslocar-se a Sochi por, segundo o piloto alemão, estarem “a morrer pessoas inocentes por razões estúpidas”, acusando ainda a Rússia de possuir “uma liderança muito estranha e louca”. Já o actual campeão do mundo, Max Verstappen, alinha pelo mesmo diapasão. Afirmou o piloto holandês que “quando um país está em guerra, não é correcto correr aí”.

O espanhol Fernando Alonso optou por uma abordagem distinta. Segundo ele, “a F1 decidirá da maneira correcta”, clarificando depois a sua posição ao afirmar que “os pilotos são livres de decidir correr ou não, de acordo com os seus princípios, dependendo da entidade organizadora do campeonato de F1 a realização do GP na Rússia”. Contudo, será um verdadeiro fiasco um GP de F1 sem os pilotos mais famosos e rápidos da actualidade, tanto para os espectadores presentes na pista, como nos que era pressuposto acompanhar o evento através da transmissão televisiva.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

2 fotos

Mais complexa é a posição da equipa americana Haas, controlada por Guenther Steiner, que tem um fabricante e exportador russo de fertilizantes, a Uralkali, como patrocinador principal. Esta empresa é propriedade de Dmitri Mazepin, pai de um dos pilotos da equipa norte-americana, Nikita Mazepin, que não tem participado na F1 com as cores da bandeira russa desde que este país foi banido de competições mundiais, após o escândalo dos Jogos Olímpicos de 2014.

Foi alegado que Steiner foi retirado à pressa de uma conferência de imprensa, durante os treinos pré-época em Barcelona, mas os carros da Haas foram depois vistos a rodar na pista espanhola sem as cores do patrocinador, não só por este ser russo (numa equipa norte-americana), como por aparentemente o empresário Mazepin ser muito próximo de Putin.

De recordar que também a final da Liga dos Campeões, em futebol, que deveria ser disputada em São Petersburgo, a 28 de Maio, foi já deslocada para Paris. A decisão teve lugar depois de a UEFA ter retirado à Rússia o direito de organizar o evento, isto embora a russa Gazprom seja patrocinadora do campeonato, investimento que terá rondado os 40 milhões de euros.