O embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas apelou, esta quarta-feira, aos Estados-membros que se cheguem à frente para travar a Rússia e comparou o Presidente russo a Adolf Hitler, considerando que Vladimir Putin quer “privar a Ucrânia do seu direito de existir”, resolvendo assim o alegado “problema ucraniano”.
“Há mais de 80 anos, um outro ditador tentou resolver a questão de outros povos. Ele falhou quando o mundo respondeu de forma unida”, afirmou Sergiy Kyslytsya. “O objetivo da Rússia não é apenas a ocupação — é o genocídio.”
“Estamos a viver um viver um momento decisivo para a nossa geração. A nossa geração é a geração que era deveria estar a salvo da guerra. Foi por isso que os nossos antecessores criaram as Nações Unidas e hoje cabe-nos a nós salvar as gerações futuras”, referiu ainda Kyslytsya, que, com a carta da ONU na mão, atirou-se à Rússia: “É fácil assinar a Carta das Nações Unidas em tempos de paz. Agora devem assiná-la em tempos de guerra”.
O embaixador na ONU “aprecia” e “agradece” todas as manifestações de apoio. Realçou ainda a resistência da população ucraniana e sublinhou que Vladimir Putin está a matar ucranianos com “mísseis balísticos russos”.
Por seu lado, na mesma sessão, o embaixador russo Vasily Nebenzia sinalizou que o seu país quer “paz” e quer “acabar os oito anos de guerra no Donbass”. “Os nossos objetivos serão alcançados com a nossa operação militar especial, que é uma ação apenas de autodefesa”, acrescentou, ressalvando que suas forças armadas “não estão a atacar civis”.
Vasily Nebenzia acusou ainda a Ucrânia usar civis como “escudos humanos” e apontou o dedo ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de defender “grupos neonazis”.