Um comerciante de diamantes na Holanda simulou um assalto a si próprio, na sua loja, para ficar com 3.5 milhões de euros da seguradora, valor que cobriria um conjunto de diamantes supostamente roubados.
O esquema foi orquestrado com mais três homens e levado a cabo em 2016. Mischa van Gelder, o comerciante de 55 anos, relatou à polícia ter sido levado, sob a mira de uma arma, para o cofre durante um assalto. Na verdade, o homem foi amarrado e preso no cofre de forma propositada, e foi solto depois de ligar à sua filha, conta o The Guardian.
Os diamantes roubados, no valor de 4.1 milhões de euros, ficariam, segundo acordado previamente, para os “assaltantes”, e o dinheiro do seguro ficaria para o comerciante. O esquema caiu por terra quando Danny S, nome fictício de um dos três intervenientes no assalto encenado, foi detido, e chantageou o comerciante com gravações do acordo.
No tribunal em Amesterdão, o comerciante confessou que o seu plano, motivado por dificuldades financeiras, era, segundo o próprio, incompreensível. “Eu não sou assim. Fiz algo terrível. Estava em pânico“, explicou ao tribunal.
A Mischa van Gelder, depois de cumprir 76 dias de prisão, o tribunal decretou uma pena suspensa de 6 meses e serviço comunitário num máximo de 240 horas. Já Danny S recebeu uma pena suspensa de 90 dias e 200 horas de trabalho comunitário por fraude.
Outros dois suspeitos que ajudaram a encenar o roubo estão desaparecidos, assim como os diamantes, mas o dinheiro da seguradora pago a Mischa van Gelder foi entretanto restituído.
O suspeito [van Gelder] foi muito longe e assustou muita gente”, afirmou o juiz encarregue do caso, segundo o jornal britânico. “Ele fez com que as pessoas à sua volta acreditassem que um assalto à mão armada tinha acontecido. Como resultado, a polícia teve de conduzir uma investigação de larga escala desnecessária.”
A companhia do do comerciante, Van Gelder Diamonds, comercializa as pedras preciosas desde 1904. Na altura da detenção de Mischa van Gelder, o seu pai, Jack van Gelder, de 76 anos, emitiu um pedido de desculpas público, afirmando que voltaria a ser ele a gerir a empresa.