“Não há, à data, qualquer motivo que faça antever a possibilidade de escassez de alimentos“, afirma o Ministério da Agricultura em comunicado enviado esta sexta-feira na sequência de notícias que dão conta da possibilidade de escassez de alimentos e do aumento de preços dos produtos alimentares.

“O Ministério da Agricultura está, em conjunto com as outras áreas governativas, a realizar a monitorização e acompanhamento permanente relativamente ao abastecimento alimentar nacional”, diz o comunicado, que garante que houve uma reunião “no passado dia 28 de fevereiro, com o “Grupo de Acompanhamento e Avaliação das Condições de Abastecimento de Bens nos Setores Agroalimentar e do Retalho em Virtude das Dinâmicas de Mercado”, não tendo sido reportados quaisquer riscos de rutura no abastecimento.

Está agendada uma nova reunião com este Grupo para o próximo dia 21 de março.

Também está a ser feito um acompanhamento “através do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), estando agendada uma reunião da Comissão Consultiva para o Setor dos Cereais com as confederações dos agricultores portugueses, para o próximo dia 18 de março, e uma reunião da Ministra da Agricultura com as confederações, para a próxima segunda feira, dia 14”.

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Refira-se, ainda, que na passada segunda-feira, dia 7 de março, por iniciativa do Ministério da Agricultura, o Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e o Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor reuniram com os principais operadores nacionais (SILOPOR – Empresa de Silos Portuários, S.A.; ACICO – Associação Nacional de Armazenistas, Comerciantes e Importadores de Cereais; IACA – Associação Portuguesa dos Alimentos Compostos para Animais e APIM – Associação Portuguesa da Indústria da Moagem), não tendo sido reportada qualquer perspetiva de ruturas de stock ou eventuais problemas na disponibilidade de stock atual e futuro, quer de cereais panificáveis, quer de cereais forrageiros.

O Ministério da Agricultura lembra que “Portugal importa da Ucrânia, principalmente, cereais para alimentação animal, existindo para estas matérias primas outras origens alternativas (América do Sul e América do Norte), com as quais os operadores têm já contacto”. “Além disso, estão também em curso operações e contactos com novos fornecedores, como é o caso da Africa do Sul”, acrescenta-se.

Os cereais destinados à alimentação humana, como é o caso dos trigos panificáveis, têm como principal origem de importações França, estando este circuito estável e consolidado”, diz o comunicado.

Quanto às gorduras alimentares, que já estão a ser racionadas em alguns supermercados, “o abastecimento tem sido assegurado, sendo de sublinhar as disponibilidades nacionais de azeite, cuja campanha atual registou um recorde de produção”.

Supermercados já estão a limitar venda de óleos alimentares (óleo de girassol é importado da Ucrânia)

O Governo recorda, ainda, que “no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC), o Ministério da Agricultura tem defendido o aumento da produção agrícola europeia através da permissão do uso para produção das terras em pousio e uma ação coordenada e atempada de antecipação e prevenção de possíveis ruturas de matérias-primas, como, por exemplo, através de compras comuns de fertilizantes”.

E “estão também em avaliação, pela Comissão Europeia, outras medidas excecionais de estabilização de mercado, a extensão da medida Covid no âmbito do desenvolvimento Rural (FEADER) para mitigação dos impactos ao nível dos sectores mais afetados e a utilização da reserva de crise da PAC, sendo expectável que, na reunião do Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia, que se realiza no dia 21 de março, sejam tomadas medidas concretas”.