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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 23.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Ataques aéreos de madrugada e de manhã em Lviv e Kiev fizeram 1 morto e 19 feridos. Capital vai resistindo. UE prepara novo pacote de sanções à Rússia. Guerra já terá provocado a morte de 109 crianças

Esta é já a quarta semana de confrontos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia
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Esta é já a quarta semana de confrontos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Esta é já a quarta semana de confrontos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A guerra na Ucrânia entrou esta quinta-feira no 23.º dia de conflito armado desde que a Rússia invadiu o território ucraniano, a 24 de fevereiro. E as últimas horas ficaram marcadas por novos bombardeamentos, ainda que Kiev, a capital, e Mykolaiv, cidade estratégica para chegar à portuária Odessa, continuem a não estar militarmente cercadas pelas forças russas — ao contrário de outros pontos estratégicos como Mariupol, Chernihiv e Sumy.

Durante a madrugada, seis mísseis terão sido disparados pelas forças russas em direção a Lviv, cidade a apenas 70 quilómetros de distância da fronteira com a Polónia (país da NATO). Desses mísseis, apenas dois terão sido intercetados e um edifício de reparação e manutenção de aviões, localizado junto ao aeroporto de Lviv (que não foi, em si, atingido), ficou destruído. Não há relatos de vítimas para já.

Também Kiev foi atingida com um míssil russo, nomeadamente um prédio residencial com cinco andares na zona norte da capital ucraniana. Uma pessoa morreu e 19 ficaram feridas, quatro das quais crianças.

Atualizado pela última vez a 18 de março

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

Fica aqui um ponto de situação. Pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador, que estão também a ser contados pelos enviados especiais do Observador à Ucrânia, Pedro Jorge Castro e João Porfírio.

O que se passou durante a noite

  • A noite desta sexta-feira ficou marcada pela notícia do Politico, que dá conta de que a União Europeia possui “informações muito credíveis” de que a China está a “flirtar” e “pondera” prestar ajudar militarmente a Rússia. Em resposta, Bruxelas garante “imporá barreiras comerciais” se tal acontecer.
  • Já foram reparadas as linhas elétricas da central nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa e uma das maiores em todo o mundo, que na madrugada de 4 de março foi bombardeada pelas forças russas.
  • O ministro do Interior da Ucrânia, Denys Monastyrsky, alertou para a elevada quantidade de explosivos que não rebentaram, e que vão ter de ser desativados.
  • O Kremlin apelou esta sexta-feira aos russos que não açambarquem produtos nos supermercados, insistindo que não há necessidade. “Os russos não têm qualquer necessidade de ir a correr para as lojas comprar trigo sarraceno, açúcar e papel higiénico.”
  • EUA colocam na lista negra 100 aviões russos, incluindo o jato de Abramovich.
  • Os meios de comunicação ucranianos estão a noticiar a morte de Andrey Mordvichev, tenente-general e comandante do oitavo exército de armas combinadas, no aeroporto de Chernobayevka, em Kherson.
  • O governo ucraniano criou um organismo para coordenar a entrega de ajuda humanitária à Ucrânia, anunciou Volodymyr Zelensky.

O que se passou durante a tarde

  • A tarde desta sexta-feira ficou marcada com o final da videoconferência entre Xi Jinping e Joe Biden. Não houve qualquer conclusão, nem qualquer desfecho sobre a posição chinesa. Pequim manteve a ambiguidade, enquanto os EUA mantiveram ameaças de sanções.
  • O ex-Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, apelou ao encerramento do espaço aéreo ucraniano e afirmou que o país não precisa dos soldados europeus — só de munições e alimentos.
  • Um dos mistérios que está a marcar o dia de hoje: “Onde está Putin”? Num discurso ao país, durante os festejos do aniversário da anexação da Crimeia pela Rússia, o Presidente russo desaparece numa mudança de plano, trocando por um concerto.
  • Vladimir Putin disse que “todo o planeta está agora a pagar pelas ambições do ocidente”. “A elite dominante no Ocidente não está a pensar em como melhorar a vida dos cidadãos nos países ocidentais”, afirmou.
  • À conversa com Macron, que está “extremamente preocupado” com o que se passa na cidade de Mariupol e que pediu um cessar-fogo, Putin acusou a Ucrânia de cometer “crimes de guerra”. O Presidente russo assegurou que o país faz “tudo para proteger civis”.
  • O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, diz apoiar a ideia da criação de um fundo solidário “para ajudar a disponibilizar serviços básicos e responder às necessidades imediatas dos cidadãos” na Ucrânia.
  • A jornalista ucraniana Victoria Roshchyna, que trabalha para o canal de televisão digital Hromadske, desapareceu no dia 15 de março, com a empresa de media a acreditar que está “detida pelos ocupantes russos”.
  • Por cá, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, em Moçambique, que “Portugal está em condições de cumprir os seus compromissos relativamente à NATO, e ao que a NATO pode solicitar”.

O que se passou durante a manhã

Um ataque russo a uma zona tradicionalmente residencial em Kiev (na zona norte da capital ucraniana) causou pelo menos um morto e 19 feridos — destes 19, quatro são crianças. O impacto foi calculado pelo autarca da região, Vitali Klitschko, que indicou ainda que foram atingidas casas, jardins de infância e uma escola.

União Europeia estará a preparar um novo pacote de sanções económicas e diplomáticas contra a Rússia, na sequência da invasão militar à Ucrânia. A informação foi avançada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia.Dmytro Kuleba afirmou ter falado com Josep Borrell, Alto Representante da UE para os Assuntos Externos e a Política de Segurança, sobre a possibilidade: “Discutimos a preparação do quinto pacote de sanções da UE contra a Rússia. A pressão vai continuar a aumentar, algo que é necessário para travar a barbárie russa”.

Da Ucrânia chega a informação: as negociações de paz com a Rússia estão “muito difíceis”. O regime de Kiev explica que não irá abdicar da sua candidatura à União Europeia para chegar a um acordo com a Rússia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, deu uma entrevista à estação Russia Today e deixou uma ameaça: as forças russas não hesitarão em alvejar e atacar veículos de transporte dos EUA e dos seus aliados ocidentais caso a Rússia acredite que estão em missão de transporte de armas para a Ucrânia. Lavrov acusou ainda os EUA de quererem que o mundo se assemelhe a um “saloon americano” e defendeu que há muitos outros países que “não querem receber ordens do Tio Sam”. Relativamente às sanções, desvalorizou: “Só tornaram a Rússia mais forte. Estão a ameaçar com uma 5ª vaga de sanções; talvez depois venha a haver outra, mas estamos habituados a isso”.

A primeira criança a morrer. Os órfãos traumatizados. E a ira dos médicos no Hospital Pediátrico de Kiev

As autoridades ucranianas avançaram com nova estimativa de baixas causadas às forças russas que invadiram o país — números que não são confirmados ou avançados por outras entidades independentes. Segundo as estimativas ucranianas, em 23 dias de guerra já morreram 14.200 soldados russos, tendo sido abatidos 93 aviões, 112 helicópteros, 43 mísseis antiaéreos, 1448 veículos blindados e 450 tanques.

A Ucrânia e a Rússia chegaram a acordo para transportar civis de forma segura em nove corredores humanitários, ao longo de esta sexta-feira. Esses corredores deverão servir as regiões de Sumy, Trostyanets, Lebedyn, Konotop, Krasnopillya, Velyka Pysarivka e Mariupol, onde a situação é particularmente grave e faltam alimentos. Existem ainda planos para entrega de material de ajuda humanitária (como comida e medicamentos) nas localidades de Balakleya e Izyum, em Kharkiv. Será agora preciso perceber se esses corredores humanitários serão respeitados ou se será impossível transportar civis e material humanitário de forma segura nos trajetos acordados.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagiu às declarações de véspera de Joe Biden. O Presidente norte-americano tinha chamado a Vladimir Putin “ditador assassino” e “rufia puro”, o porta-voz responde: “Moscovo ouve e vê o que já são declarações diárias feitas pelo Presidente Biden, que são, factualmente, insultos pessoais a Putin. Tendo em conta a irritabilidade do Presidente Biden, a sua fadiga e a sua falta de memória, que levam a declarações agressivas como essas, não vamos ter as suas palavras em demasiada consideração, de modo a não causar provocar agressividade.”

Na praça central de Lviv, cidade que foi alvo de um bombardeamento durante a madrugada, estão expostos mais de cem carrinhos de bebé em nome das crianças que foram mortas durante o conflito. O último balanço das autoridades ucranianas, divulgado esta manhã, aponta para a morte de 109 crianças e mais de 130 feridas desde 24 de fevereiro, o dia em que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Depois de já ter sido bloqueada na União Europeia, a estação Russia Today (RT), financiada pelo Estado russo, foi agora banida no Reino Unido. A entidade reguladora da comunicação social no Reino Unido — Ofcom — anunciou esta sexta-feira que a licença da RT para operar foi revogada com efeitos imediatos. Pode ler mais aqui:

Há estimativas atualizadas sobre o número de mortes em Kiev. Ao todo já morreram 222 pessoas na capital ucraniana, por motivos relacionados com a invasão militar da Rússia à Ucrânia. Das 222 pessoas que morreram, 60 serão civis e quatro serão crianças. Os números atualizados foram divulgados pelas autoridades locais de Kiev.

O que se passou durante a madrugada

Lviv acordou esta madrugada com explosões. Por volta das 6h30 locais (4h30 de Lisboa) ouviram-se bombardeamentos à cidade que fica a apenas 70 quilómetros de distância da fronteira com a Polónia — e onde estão muitos refugiados a tentar sair do país. Sabe-se agora que um ataque com “vários mísseis” destruiu uma fábrica de manutenção e reparação de aviões, localizada junto ao aeroporto da cidade (que não foi, em si, atacado). Não há relatos de vítimas, para já.

O ministério da Defesa britânico fez, esta sexta-feira, nova atualização informativa relativa à evolução da guerra na Ucrânia. As principais conclusões são as seguintes: as forças russas “fizeram progressos mínimos esta semana” e na capital Kiev e em Mykolaiv (ponto estratégico para chegar a Odessa) as tropas continuam sem conseguir cercar as cidades, que continuam a ser defendidas pelas forças ucranianas. Isto ao contrário do que acontece em Chernihiv, Sumy e Mariupol, que continuam cercadas e sujeitas a bombardeamentos russos intensivos. O Governo britânico indica ainda que em Kharkiv, onde se travam duros combates, as forças russas conseguiram cercar a cidade — uma informação que não é consensual, havendo relatos díspares.

Estas quatro famílias acolheram refugiados ucranianos nas suas próprias casas: “Como é que se diz que não? Estas pessoas vêm da guerra”

Da Casa Branca chegam informações a antecipar a conversa telefónica de esta sexta-feira entre o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o Presidente da China, Xi Jinping. O secretário do Estado norte-americano Antony Blinken, diretamente responsável pela política externa dos EUA, avançou por exemplo que Biden vai avisar o homólogo que “a China será responsabilizada por quaisquer ações que adote, no sentido de apoiar a agressão da Rússia” à Ucrânia. Já a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, detalhou que a chamada será “uma oportunidade para o Presidente Biden perceber a posição do Presidente Xi”, até porque os EUA têm “preocupações profundas com o alinhamento da China relativamente à Rússia”. Serão assim discutidas “as possíveis implicações e consequências desse alinhamento”.

Esta quinta-feira, a China tinha deixado algumas dúvidas sobre a sua posição no conflito no Conselho de Segurança da ONU, ao anunciar que enviou “ajuda humanitária” para a Ucrânia. Os Estados Unidos têm vindo reiteradamente a ameaçar a China alertando para “custos” de um eventual apoio militar à Rússia.

A Rússia terá estabelecido uma zona de exclusão aérea sobre as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, impondo um controlo dos céus para evitar bombardeamentos a estas regiões controladas por grupos pró-russos. A informação foi avançada pela agência de notícias Interfax, citando Eduard Basurin, representante da milícia popular em Donbass.

Ao final da noite passada, as autoridades ucranianas revelavam que 130 pessoas tinham sido resgatadas com vida dos escombros do teatro de Mariupol, desconhecendo-se quantas centenas continuarão dentro do ponto que serviria de abrigo na cidade e que foi bombardeado. Mariupol continua a ser um dos principais alvos de ataques russos: todos os dias estarão a cair entre 50 a 100 bombas na cidade.

Tal como acontecera já na sequência de um ataque a uma maternidade em Mariupol, o ataque ao teatro da cidade foi justificado pela Rússia com a alegação de que seria um ponto estratégico do batalhão Azov, força de extrema-direita do exército ucraniano. A tese foi difundida pela Rússia no Conselho de Segurança da ONU. As autoridades russas defenderam que este batalhão de extrema-direita estaria a fazer civis reféns, motivo pelo que a Rússia decidiu bombardear o local. Não há confirmação independente desta alegação.

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