O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, recomendou esta sexta-feira “uma escapada” à Ponta Milibangalala, em Moçambique, onde inaugurou um empreendimento turístico, para “um diálogo com o elefante” ou “uma troca de impressões com a girafa”.

Marcelo Rebelo de Sousa viajou de helicóptero com o seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, até Milibangalala, para juntos inaugurarem este eco resort do grupo empresarial português Visabeira, junto ao Índico, no Parque Nacional de Maputo, que apontou como “a prova de que Moçambique tem futuro no turismo”.

Numa tenda montada de propósito para esta cerimónia, com cerca de cem pessoas na assistência, o chefe de Estado português revelou que não consegue escapar ao “feitiço de Moçambique”, que conheceu ainda jovem, no tempo colonial, quando o seu pai era governador-geral da então província ultramarina.

Moçambique tem essa atração, esse dom, esse talento. E ainda bem que o talento deu aquilo que estamos a ver”, acrescentou.

Antes dos discursos, os dois presidentes e respetivas comitivas percorreram parte desta unidade hoteleira, rapidamente, sem tempo para apreciar a fauna e a flora da reserva envolvente, estabelecida em 1960, na Província de Maputo, a sul da capital moçambicana, com 1.040 km2.

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“Cada um de nós, os que pudermos, devemos dar uma escapada a este empreendimento, não para a inauguração, mas para o mergulho nas águas, para um diálogo com o elefante, para uma troca de impressões com a girafa, para um ou outro momento mais romântico com os pássaros e, para aqueles que são muito marítimos, também com os peixes do mar, porque merece, Moçambique merece tudo”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente português realçou a ligação de Fernando Nunes, fundador do grupo Visabeira, a Moçambique.

“Isto é alguém que tem Moçambique na alma e que ficou de pagar uma dívida a Moçambique. Já começou a pagar há muito tempo e continua a pagar. E é bom que pague mais, porque tudo o que ele dê a Moçambique é menos do que aquilo que recebeu de Moçambique. Moçambique deixa raízes no coração das pessoas, ficamos enfeitiçados”, observou.

Sobre o seu próprio vínculo afetivo a este país, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “o feitiço” não passa, por mais que conheça outros lugares.

“Eu tenho passado a vida a viajar pelo mundo a ver se ultrapasso o feitiço de Moçambique, e não consigo. Começo nos países irmãos de língua portuguesa, tento encontrar lá família, e o feitiço de Moçambique não sai da minha alma. Depois viajo para outros continentes, chego às ditas grandes potências e digo: é agora que eu esqueço Moçambique”, narrou, acrescentando: “Só me lembro de Moçambique”.

O Presidente português referiu que este empreendimento turístico “devia ter sido inaugurado há dois anos”, mas que “em Moçambique nunca é tarde de mais, nunca”.

“Bem haja Moçambique, Presidente, Governo, província, distrito, por aquilo que aqui vemos hoje [esta sexta-feira], que é do melhor que tenho visto no mundo. Eu diria: é melhor do que todo o resto do mundo, porque além daquilo que é a qualidade, tem Moçambique”, concluiu.

Marcelo e Moçambique, uma história com meio século

Marcelo Rebelo de Sousa chegou na quinta-feira de manhã a Moçambique para uma visita oficial de quatro dias, a terceira que realiza a este país desde que assumiu a chefia do Estado português.

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