A primeira sessão de treinos livres trouxe um Falcão a voar de forma confortável nos lugares cimeiros, com o segundo tempo de 1.33,543 entre as Hondas de Pol Espargaró e Marc Márquez (que teria no dia inicial uma queda complicada). A segunda teve uma subida das Yamaha com o campeão Fabio Quartararo à cabeça e as quatro Ducati entre o terceiro e o sexto lugares, ficando as KTM de Brad Binder e Miguel Oliveira (1.32,049) ainda assim dentro do top 10 e a quatro décimas do francês. A estreia do Mandalika International Street Circuit era uma espécie de livro ainda por abrir e descobrir naquela que era a segunda prova do Mundial de MotoGP de 2022. E Miguel Oliveira, pelos menos nas páginas iniciais, mostrava-se satisfeito.

O sonho do top 10 caiu ao virar da curva: Miguel Oliveira começa Mundial com abandono no Grande Prémio do Qatar

“A pista parece estar em melhores condições do que quando testámos em fevereiro, o que é positivo. Fomos competitivos aqui nos testes, especialmente em termos de ritmo de corrida. Agora temos que usar as nossas possibilidades e acumular pontos. Esse é o meu objetivo número um para esta corrida. Essa é a prioridade para a equipa e para mim aqui em Mandalika. Zona que foi pavimentada? A nova superfície parece boa. Vemos muitas cores diferentes de asfalto ao longo do ano mas a aparência não diz necessariamente nada sobre aderência. Acho que temos melhores condições agora do que no teste, até porque também temos motos das classes Moto3 e Moto2 em pista. Eles têm diferentes linhas ideais, espero que isso ajude a criar mais aderência e ampliar a ‘linha de corrida’”, comentara o piloto português após os treinos iniciais.

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Doha ficou para trás e agora temos que ser positivos para a próxima corrida. Mas não foi um erro claro que me fez cair na corrida do Qatar. Neste momento não tenho queixas sobre o meu desempenho e a moto está realmente capaz. Estamos agora a tentar sentir melhor o limite dos pneus dianteiros para evitar mais quedas, ou pelo menos receber um aviso percetível antes que a roda dianteira deslize. Foi isso que não aconteceu em Doha. Tenho uma grande equipa e todos me apoiam mas precisamos de resultados. Esse é o objetivo claro para a corrida de domingo”, destacara no lançamento da segunda prova do Mundial.

Antes, o português tinha um objetivo: entrar na Q2, que iria por si melhorar o 14.º lugar na qualificação em Doha, e depois chegar o mais à frente possível na linha da grelha. Primeiro objetivo superado com distinção: numa terceira sessão um pouco mais lenta do que a segunda, o português conseguiu o oitavo melhor tempo (1.34,750), andando sempre também no top 10 na quarta sessão de treinos livres a rodar no 1.33 baixo antes de fazer 1.32,739. E melhor exemplo de competitividade entre todos os pilotos era impossível na Q1, com uma série de quedas e deslizes na pista tendo Marc Márquez como principal protagonista: caiu na curva 13, foi a correr para as boxes com boleia para ir buscar uma nova moto e voltou a cair… na curva 12.

As Hondas oficiais ficavam todas de fora da Q2 (15.º lugar na qualificação para o espanhol), Pecco Bagnaia e Fabio Di Giannantonio saltavam para os últimos 15 minutos de decisões antes da corrida. E o italiano, que no ano passado foi vice-campeão mundial, manteve-se como protagonista, numa luta acesa com Quartararo e Jorge Martín pela primeira posição que chegou a ter Miguel Oliveira à condição na primeira linha da grelha, antes de descer à quarta posição e cair depois para o sétimo lugar nas últimas voltas lançadas com Brad Binder, que até aí tinha rodado mais lento do que o português, a conseguir saltar para o quarto posto. Na primeira linha da grelha conseguiu também entrar ainda Johann Zarco com a terceira posição.