As empresas portuguesas mostraram que estão “preparadas para investir” depois de apresentarem 70 projetos, pré-selecionados, no valor de 10.300 milhões de euros no âmbito das agendas mobilizadoras do PRR, disse Carla Sequeira, secretária-geral da CIP, durante esta terça-feira.

Durante ao ‘webinar’ ‘O Plano Português de Recuperação e Resiliência: Oportunidades para as empresas’, organizado pela BDI – Federação das Indústrias Alemã, em articulação com a CIP – Confederação Empresarial de Portugal e a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, a responsável fez um balanço do que está em andamento.

“O Governo abriu até agora 1.800 milhões de euros em ‘calls’ [concursos] para candidaturas dirigidas a empresas”, referiu, indicando que a adesão “excedeu expectativas” e que no programa das Agendas Mobilizadoras, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) há 70 ideias pré-selecionadas de 144 apresentadas, com um total de investimento de 10.300 milhões de euros.

Segundo Carla Sequeira, estes investimentos têm origem “em praticamente todas as regiões e diferentes setores de atividade”, o que “mostra que as empresas estão prontas para investir e tem capacidade para o fazer num pequeno espaço de tempo”.

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Ainda assim, lamentou, “infelizmente só 30% [do valor do PRR] é que vai para as empresas”, uma crítica que tem sido apontada muitas vezes pelas associações patronais.

No mesmo ‘webinar’, Vítor Neves, vice presidente da AIMMAP (Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal), indicou que esta alocação ao setor público “mostra os problemas dos últimos dez anos, em que o investimento público foi baixo”, defendendo que há um “desequilíbrio”, na divisão.

Ainda assim, indicou, o investimento no setor público “traz muitas oportunidades para empresas privadas para participar neste esforço”, indicando que “os montantes são sem precedentes” se o PRR for somado a outros programas de que Portugal irá beneficiar.

Para o dirigente associativo, isto traz “um grande desafio na execução”, de cerca de seis milhões de euros por ano, quando o melhor que se atingiu em Portugal foi “metade disso”.

Além disso, alertou, o reforço da componente da inovação pode travar a implementação rápida de projetos. “É difícil conjugar a inovação com o tempo curto para os implementar. É importante quando se colocam metas perceber o que é realista”, destacou.