São um forte reforço para as tropas da Aliança Atlântica e considerados um “equipamento único de defesa” por especialistas. Enviados pelos Estados Unidos da América (EUA), aterraram na segunda-feira na base aérea Spangdahlem, na Alemanha, seis aeronaves do modelo EA-18G Growler. Partiram da estação naval aérea na ilha Whidbey, no estado de Washington e integram a última tecnologia de ponta de ataque eletrónico com comunicações controladas por satélites.
São especializados em missões eletrónicas de guerra, usando uma grande panóplia de sensores para confundir os radares inimigos, ajudando fortemente na habilidade de suprimir as operações de defesa área do inimigo”, descreveu o secretário de imprensa do Pentágono, John F. Kirby, em comunicado.
O alcance de bloqueio dos Growlers e os detalhes de como o fazem é, todavia, pouco divulgado. Sabe-se, por exemplo, que entre os equipamentos eletrónicos está o ALQ-249 da empresa de armamento Raytheon, que consegue localizar e intercetar frequências entre os dois e os seis GHz, de acordo com a Global Security.
Peça fundamental dos EUA, o avançado caça, que impôs a sua posição durante a guerra na Líbia em 2011 e é fabricado pela Boeing, tem um comprimento de 18.3 metros, uma altura de 4.9 metros e uma envergadura de 13.7 metros, especifica o The EurAsian Times. Entre outras caraterísticas, consegue atingir uma velocidade de 1.900 quilómetros por hora e, de acordo com a ficha técnica, tem dois mísseis de defesa antiaérea AGM-88 HARM.
Brendan Stickles, antigo comandante do esquadrão E/A-18G, contou à CNN não estar surpreendido com a escolha destas aeronaves como reação à invasão das tropas russas à Ucrânia. A joia no arsenal providencia à NATO “um equipamento eletrónico de guerra único” na defesa “dos aliados de qualquer futura agressão”, enquanto se evita “simultaneamente uma escalada não intencional” de violência.
Os Growler podem impedir os ataques de mísseis aéreos russos de atingir aeronaves da NATO. Apesar dos contratempos táticos da Rússia, eles possuem a capacidade de localizar e abater as nossas aeronaves caso eles o decidam fazer. Os Growler podem proteger antecipadamente as nossas forças de serem localizadas e de serem alvo”, detalhou.
As seis aeronaves “não estão a ser enviadas para combater as forças russas na Ucrânia”, clarificou o secretário de imprensa do Pentágono. Pretendem, sim, “reforçar as capacidades de dissuasão e de defesa da Nato e dos seus aliados ao longo do flanco leste”. Assegurando que não houve nenhuma ameaça específica ou incidente que tenha conduzido à decisão de enviar os Growler para a Alemanha, o gabinete quer só “manter as opções em aberto”.
O reforço, que está agora em solo germânico, pertence ao VAQ-134, um esquadrão de ataque eletrónico, conhecido como os “Garudas”. O capitão da marinha Christopher M.Bahner, também comandante da Electronic Attack Wing Pacific (Ala Pacífica de Ataques Eletrónicos, em tradução livre), mencionou no comunicado que o esquadrão está preparado para prosseguir com qualquer missão que lhe seja pedida enquanto está na Alemanha.
Este equipamento vem aumentar o dispositivo militar que os EUA têm enviado para a Europa, para onde foram destacados mais 100 mil soldados norte-americanos conforme anunciou Joe Biden na semana passada, no final da cimeira da NATO.
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