Afinal, os sintomas que apontavam para um suposto envenenamento do magnata russo Roman Abramovich, que estava a participar em negociações informais sobre a guerra na Ucrânia, terão sido provocados pela explosão de uma botija de gás.
Pelo menos, é essa a informação que avançam esta quinta-feira vários órgãos de comunicação social da Turuia (citados pela agência espanhola Efe), onde continuam a decorrer conversações. Nesta versão, a explosão da botija terá acontecido quando Abramovich e a equipa que o acompanhava deixavam o edifício em Kiev onde ocorrera mais uma reunião inserida nessas negociações, no dia 3 de março.
Ainda assim, como escreve o jornal turco Habertürk, não se sabe se a explosão terá sido acidental ou provocada, com a intenção de sabotar as negociações. Terá sido essa a razão, apontam estes meios, para Abramovich e dois elementos ucranianos da equipa informal de negociação que o acompanhavam terem sentido vermelhidão nos olhos, lacrimejar constante e doloroso e descamação da pele, tendo o The Guardian acrescentado que Abramovich terá mesmo perdido a visão durante várias horas.
Segundo apurou o New York Times, o oligarca terá mesmo questionado “estaremos a morrer?” após ter sido alegadamente envenenado, e sentido estes sintomas, uma informação que está a ser avançada esta quinta-feira mas é desmentida quer pela Rússia, quer pela Ucrânia.
Foi depois da suposta explosão que os três homens saíram da Ucrânia de carro e seguiram para a Polónia, onde embarcaram num voo para Istambul, para continuarem as negociações — e foi lá que receberam tratamento médico. Já na terça-feira passada Abramovich esteve mais uma vez presente nas negociações, que aconteceram de novo em Istambul.
A notícia que apontava para o suposto envenenamento foi avançada pelo The Wall Street Journal. Na altura, o jornal citava fontes com conhecimento da situação e apontava o dedo à linha dura de Moscovo, que não desejaria um fim negociado para a guerra.
Abramovich, oligarca russo com nacionalidade portuguesa, é um poderoso aliado de Vladimir Putin e, simultaneamente, uma figura com uma presença relevante no Ocidente. Nas últimas semanas tem-se multiplicado em reuniões negociais com vista à resolução do conflito.