“Um murro no estômago”. “Brutalidade”. “Horrores indescritíveis”. “Um crime de guerra que não pode ficar sem resposta”. As altas figuras do Ocidente já reagiram às imagens que têm surgido ao longo do fim de semana de vários civis encontrados mortos na cidade de Bucha, depois de os militares russos terem abandonado a região de Kiev.

A presidente da Comissão Europeia disse ser “urgente” uma “investigação independente” ao que aconteceu. Através da sua página de Twitter, Ursula von der Leyen disse estar “chocada” com os relatos de “horrores indescritíveis” nas zonas de onde se estão a retirar os militares russos.

Os autores de crimes de guerra vão ser responsabilizados.”

Também os Estados Unidos referiram que irão contribuir para “documentar” possíveis “crimes de guerra” para que os agressores sejam responsabilizados. No entanto, o secretário de Estado norte-americano recusou-se a dizer se considera que estes são “crimes contra a humanidade” ou mesmo atos de “genocídio” — palavras utilizadas pelo Presidente da Ucrânia.

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Em declarações à CNN, Antony Blinken considerou que a violência atribuída às forças russas em Bucha é “um murro no estômago” e “deve parar”.

Não podemos normalizar isto. Esta é a realidade do que está a acontecer todos os dias, enquanto a brutalidade da Rússia contra a Ucrânia continuar”, disse Blinken.

Este sábado, a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica anunciou que o Reino Unido está a recolher provas, juntamente com outras entidades, para apoiar o Tribunal Penal Internacional na investigação a crimes de guerra.

Os culpados vão ser responsabilizados”, escreveu Liz Truss, no Twitter., considerando “abomináveis” os relatos de militares russos a atingirem civis.

O presidente do Conselho Europeu, por sua vez, avançou que a União Europeia está a preparar um novo pacote de sanções e que irá apoiar a Ucrânia. “Estou chocado com as imagens assombrosas das atrocidades cometidas pelo Exército russo na região libertada de Kiev”, escreveu Charles Michel no Twitter.

“Insuportáveis” foi a palavra usada pelo Presidente francês para classificar as imagens de Bucha, tendo ainda dito que “autoridades russas terão de responder por estes crimes.”

Nas ruas, centenas de civis foram cobardemente assassinados“, lê-se no tweet do líder francês, que deixou ainda a sua “simpatia” e “solidariedade” para com as vítimas e os ucranianos.

O chanceler alemão, por sua vez, disse que as organizações internacionais deveriam ter acesso ao local para recolher provas. “Dezenas de civis baleados foram descobertos em Bucha. Ruas cheias de corpos. Corpos enterrados em condições precárias. Fala-se de mulheres, crianças e idosos entre as vítimas”, afirmou Olaf Scholz, citado pela Sky News, acrescentando estar em choque com as “terríveis e horríveis filmagens” com as imagens de civis mortos em Bucha.

Isto é um crime de guerra que não pode ficar sem resposta“, indicou ainda Robert Habeck, o vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha, que, à semelhança de Charles Michel, adiantou que a Europa está a preparar mais medidas restritivas contra Moscovo.

Já o secretário-geral da NATO descreveu à CNN as imagens que têm surgido de Bucha como “uma brutalidade contra civis que não víamos na Europa há décadas“. Para Jens Stoltenberg, a morte de civis é “horrível e absolutamente inaceitável” e esta situação sublinha a “importância” do fim da guerra.

O líder da NATO alertou ainda que a Rússia não está efetivamente a retirar as suas tropas, mas antes a “reposicioná-las” no território ucraniano: “[Os russos] estão a retirar algumas [das tropas] para as rearmar, para as reforçar, para as reabastecer. Não devemos, de certa forma, estar otimistas, porque os ataques vão continuar.”