A Finerge venceu três lotes no leilão do solar flutuante em Portugal, ficando com os pontos de ligação em três albufeiras da norte do país. A empresa de energias renováveis liderada por Pedro Norton junta-se assim à EDP e à Endesa que já esta manhã tinham anunciado a vitória em outros dois lotes para instalar painéis fotovoltaicos nos espelhos de água de várias barragens. De acordo com a imprensa, a empresa Voltalia também garantiu um dos lotes a concurso.

A francesa Voltalia garantiu o projeto do Cabril na Sertã que terá uma capacidade instalada entre 33 MW e 40 MW, dependendo da optimização final do projeto. Com 33 hectares, a central vai fornecer energia verde para um volume equivalente ao consumo de 70.300 habitantes. As receitas serão suportadas por um contrato de 15 anos atribuído pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, prevendo um preço de 41.025 euros por megawatt hora.

A EDP Renováveis arrematou o lote de maior dimensão no concurso para a potência solar flutuante na barragem do Alqueva. Em comunicado, a empresa indica que obteve o direito de ligação à rede de uma capacidade de 70 MW (megawatt) com contrato 4 euros por MWh negativos por um período de 15 anos. A concessão é por 30 anos.

A empresa espera poder instalar até 154 MW de energias renováveis com este projeto, o que inclui os 70 MW dos painéis solares flutuantes que foram posto a leilão, mais potência eólica (70MW) e de sobreequipamento solar (14 MW) que ficam excluídos do contrato estabelecido a preços negativos. Este projeto tem um prazo previsto de entrada em operação para 2025 e segundo o comunicado é um “exemplo raro da criação de valor através da hibridização (mistura) de tecnologias renováveis e da otimização da capacidade de ligação à rede”.

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A Endesa anunciou ter conseguido o direito de ligação de 42 MW para a energia solar flutuante na barragem do Alto Rabagão. Este projeto que será instalado na bacia de uma hidroelétrica explorada pela EDP deverá estar operacional em 2026 e representa um investimento de 115 milhões de euros.

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Em comunicado, a Finerge indica que arrebatou os lotes, cinco, seis e sete que correspondem às albufeiras de Paradela (13 MW), Salamonde (8 MW) e Vilar-Tabuaço (17 MW), respetivamente. E destaca que o lote sete, de Tabuaço, foi mesmo o mais disputado, tendo sido atribuído ao fim de 24 rondas. “Esta é a primeira vez que a Finerge garante algum lote num leilão de solar, na terceira participação que faz. Esta conquista reflete a nossa aposta na área do desenvolvimento e inovação, para a qual criámos um departamento autónomo em 2020, focado na inovação e tecnologia, nomeadamente na área de armazenamento e solar flutuante. Estamos orgulhosos deste feito, sob o qual construiremos outros no curto e médio prazo”, afirma Pedro Norton, CEO da Finerge.

O Governo lançou no final do ano passado um concurso para a adjudicação de sete lotes de potência solar flutuante em sete barragens num total de 263 MW, com um preço-base de licitação de 45 euros por MW hora. Para além do Alqueva e do Alto Rabagão, espelhos de água onde já existem projetos mais pequenos de solar flutuante, foram a concurso as bacias de Paradela, Salamonde e Vilar Tabuaço (norte), e Castelo de Bode, que saiu do concurso, e Cabril no centro.

O prazo para a entrega das propostas terminou esta segunda-feira.