O construtor checo decidiu apresentar o “refrescado” Karoq, o SUV que compete no segmento mais importante do mercado europeu, o C, em Viana do Castelo. Foi nas estradas do Minho que testámos o novo modelo da Skoda, que mantém os motores a gasolina e a gasóleo, mas usufrui de retoques estéticos que o tornam mais actual, uma aerodinâmica mais cuidada, para reduzir consumos e emissões, e um equipamento mais completo.

A deslocação dos checos até ao norte de Portugal, para apresentar à imprensa europeia o seu mais recente modelo, teve como motivo o clima mais ameno do nosso país, mas também as belezas do Minho e a gastronomia da região. Infelizmente, esta última ficou de fora do menu escolhido pelo organizador, uma vez que os rojões, o arroz de polvo malandrinho, a pescada à vianense e o bacalhau à Zé do Pipo cederam o seu lugar às pouco ou nada entusiasmantes lasanha vegetariana, peito de frango “torturado” no forno e, como sobremesa, uns doces sem açúcar, em vez das deliciosas tortas de Viana.

20 fotos

Saímos para o primeiro turno de condução no Skoda Karoq equipado com o motor 1.0 TSI e caixa automática de dupla embraiagem DSG – que promete ser a versão mais vendida –, com objectivo de ligar o Porto a Viana. O Karoq, o SUV da Skoda que partilha chassi e mecânicas com o VW Tiguan e o Seat Ateca, está ligeiramente diferente, para melhor, com novos faróis, grelha e pára-choques à frente, além de jantes distintas e farolins e pára-choques traseiros a condizer, com o modelo a ficar mais alinhado com as criações mais recentes do construtor checo do Grupo VW.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

12 fotos

Os 110 cv do motor 1.0 TSI sobrealimentado com três cilindros não sofreram alterações, continuando a garantir uma velocidade máxima de 191 km/h e 0-100 km/h em 11,1 segundos. Não é um tempo “canhão”, nem pouco mais ou menos, mas satisfará a maioria dos condutores, que lhe vão perdoar quando, como nós, se aperceberem que o consumo é de 5 litros/100 km, a 120 km/h em autoestrada.

9 fotos

O percurso em redor de Viana já foi realizado num Karoq equipado com o 2.0 TDi com 150 cv, uma das unidades mais conhecidas do Grupo VW e que deverá ser a segunda versão mais vendida da gama. Em estradas secundárias e num ritmo de passeio, o SUV da Skoda a gasóleo esteve à altura das nossas expectativas, com uma pronta resposta ao acelerador – o que não admira num veículo com menos de 1500 kg e um binário de 340 Nm, logo a partir das 1600 rpm – e um consumo de 4,4 litros/100 km.

O renovado Karoq recorre às mesmas motorizações do modelo que surgiu em 2017, mas os retoques estéticos permitiram à marca melhorar o Cx em 9%, com o coeficiente de penetração aerodinâmica a atingir agora 0,30. Um melhor Cx reduz consumos, emissões e o esforço na carteira. Os ganhos de eficiência são pequenos, mas ainda assim superiores aos que se poderiam conseguir com a aplicação de soluções mild hybrid. E foram apenas conseguidos à custa de jantes em liga leve com “protecções” aerodinâmicas, um spoiler traseiro maior e mais eficiente, associado a “guias” laterais no vidro posterior, e à carenagem total do fundo do chassi.

O regresso ao Porto foi realizado aos comandos da versão com motor 1.5 TSI com 150 cv, cuja velocidade máxima e capacidade de aceleração de 0 a 100 km/h são similares aos valores registados pelo motor turbodiesel com a mesma potência que conduzimos na véspera (210 km/h e 8,8 segundos para o 2.0 TDI e 210 km/h e 9 segundos para o 1.5 TSI a gasolina). Menos ruidosa, mas mais gulosa e dispendiosa de atestar, esta versão atingiu 7,1 litros/100 km a 120 km/h, mais do que o 2.0 TDI. Ainda assim, um valor aceitável para a potência.

O habitáculo apresenta igualmente melhorias, passando a oferecer mais sistemas de ajuda à condução, mas também equipamento de conforto, restando ainda conhecer qual será incluído de série nas versões Active, Ambition, Style e Sportline, em que Karoq será proposto. Passam a estar disponíveis opções mais ecológicas, como revestimentos de bancos e partes do interior em fibras produzidas a partir de velhas garrafas de plástico. Disponível está também o ar condicionado automático tri-zone e um painel de instrumentos digital, tipo Virtual Cockpit, que pode ter 8” ou 10,25”. O ecrã central pode ter diferentes dimensões, consoante o nível de equipamento, mas as versões mais sofisticadas asseguram maior conectividade e as soluções mais recentes do Grupo VW.

O renovado Skoda Karoq começará a ser entregue aos clientes portugueses a partir de Setembro, caso a invasão da Ucrânia não venha complicar mais ainda a capacidade da marca checa produzir os seus veículos. Os preços ainda estão a ser objecto de negociação com a fábrica, devendo ser anunciados mais próximo da data de chegada ao mercado. Mas como estamos perante essencialmente o mesmo modelo, com as mesmas motorizações, ainda que com equipamento reforçado, não é de esperar um grande incremento face aos preços das versões actuais.