O antigo Presidente dos Estados Unidos da América Barack Obama assumiu que, embora Vladimir Putin tenha sido sempre “impiedoso”, não seria capaz de antever a invasão russa da Ucrânia há cinco anos, quando ainda era o líder efetivo dos EUA.
“Eu não sei se a pessoa que conheci é a mesma pessoa que está agora a liderar esta invasão“, contou durante uma conferência organizada pelo Instituto de Política da Universidade de Chicago e pela revista The Atlantic.
Ele foi sempre impiedoso. Nós testemunhámos o que ele fez na Chechénia, e ele não hesitava em esmagar aqueles que considerava uma ameaça, isso não é novo“, explicou o antigo Presidente, acrescentando: “mas a aposta total dele [numa guerra] desta maneira? Eu não o teria previsto há cinco anos.”
Barack Obama ocupou a Sala Oval da Casa Branca entre janeiro de 2009 janeiro de 2017. Durante os seus dois mandatos, o antigo líder norte-americano testemunhou a anexação da Crimeia por parte da Rússia e o início dos conflitos separatistas no leste da Ucrânia, assim como a deposição do antigo Presidente ucraniano pró-russo Viktor Ianukóvytch. Um conjunto de eventos que teve lugar em 2014.
Questionado sobre se acreditava que os ucranianos poderiam vencer o conflito com as tropas russas, Obama defenser ser “muito cedo para dizer como será o resultado final” desta guerra.
“I would not try to predict not only what’s in the mind of Putin, but also how the Ukrainians conceive of this struggle. Because we are sitting here comfortably, and they are going through heck,” @BarackObama tells @jeffreygoldberg at #Disinfo2022 https://t.co/fR4OHUtqk9 pic.twitter.com/7eSpQa0HKN
— The Atlantic (@TheAtlantic) April 6, 2022
Eu não tentaria prever, não apenas o que está na mente de Putin, mas também como os ucranianos concebem este conflito, porque estamos aqui sentados confortavelmente, mas eles estão a passar por um inferno”, declarou.
Obama terminou a intervenção de quarta-feira com uma mensagem para o futuro : “O que podemos fazer é apoiá-los [aos resistentes ucranianos] e aceitar isto como uma lição, pela qual infelizmente eles estão a pagar o preço. Mas que esta não se torne num desafio muito mais acidentado, difícil e violento no futuro, o que acontecerá se não acertarmos algumas coisas aqui nos EUA, na Europa, na América Latina. Isto não é [um evento] isolado.”