O opositor russo Vladimir Kara-Murza, que condenou a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, foi esta segunda-feira detido pelas forças policiais em Moscovo, informou o seu advogado, Vadim Prokhorov.
“Soube há 10 minutos”, disse Vadim Prokhorov à agência de notícias independente russa Interfax. A detenção à porta da sua casa foi confirmada no Twitter pelo opositor Iliá Yashin, que disse desconhecer o motivo.
Vladimir Kara-Murza, de 40 anos, tem sido muito crítico daquilo que é conhecido na Rússia como uma “operação militar especial” na Ucrânia, que consideram totalmente injustificada.
O opositor do Kremlin também criticou o “apagão total” de informações opositor russo Vladimir Kara-Murza que os russos foram submetidos desde o início do conflito, ao qual ser acrescenta a lei que proíbe a divulgação de “notícias falsas” sobre o Exército russo com até 15 anos de prisão.
Na ocasião, Vladimir Kara-Murza exigiu a abertura de um processo criminal pelas intoxicações que sofreu em 2015 e 2017 depois de a mesma equipa que envenenou o líder da oposição, Alexei Navalni, o ter tentado assassinar.
Uma investigação independente revelou que a equipa de especialistas em armas químicas e medicina do Serviço Federal de Segurança russo (antigo KGB), alegadamente implicada no envenenamento de Alexei Navalni em 2020, também perseguiu Vladimir Kara-Murza.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.