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Mapa de guerra. O que se sabe sobre o 50.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Rússia continua a centrar a sua ação militar nas regiões de Donetsk e Lugansk e, segundo o governo ucraniano, estará a mobilizar cerca de 70 mil pessoas só para Donetsk.

War In Ukraine
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NurPhoto via Getty Images

NurPhoto via Getty Images

Neste 50.º dia de invasão da Rússia à Ucrânia, as tropas russas continuam a cercar Mariupol, tal como tem acontecido nas últimas semanas. Os alegados crimes de guerra cometidos pelas tropas russas continuam a ser discutidos, tendo o governo ucraniano avançado que estarão a ser investigados cerca de 6.500 crimes de guerra.

Olhando para o mapa que mostra as movimentações das tropas russas no território ucraniano, é possível perceber que a Rússia está a concentrar a sua ação militar nas regiões de Donetsk e Lugansk, tal como já tinha anunciado. Aliás, esta quinta-feira foi avançado pelo governo ucraniano que a Rússia está a mobilizar cerca de 70 mil pessoas para Donetsk. Além destas duas regiões, as tropas russas continuam a avançar através da Crimeia para zonas próximas de Mykolaiv e da central nuclear de Zaporíjia.

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

Aqui fica um ponto de situação para compreender o que aconteceu nas últimas horas. Pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador.

O que aconteceu durante a manhã?

  • A noite está a ser marcada por relatos de explosões em várias localidades na Ucrânia — em Bila Tserkva, Kherson, Ivano-Frankivsk e Kiev.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Moldávia acusou as tropas russas de tentar recrutar para as suas fileiras cidadãos com nacionalidade moldava.
  • Após Joe Biden, Donald Trump e Justin Trudeau terem dito publicamente que o que está a ocorrer na Ucrânia é um genocídio, Emmanuel Macron mostrou-se mais apreensivo: “A palavra genocídio tem um significado” e deve ser “caracterizada legalmente e não por políticos”.
  • A Ucrânia rejeitou as acusações de Moscovo, que davam conta de que as forças armadas ucranianas tinham atacado duas cidades na fronteira com a Rússia.
  • O Reino Unido anunciou novas sanções contra dois oligarcas russos: Eugene Tenenbaum e David Davidovich, ambos com ligação ao clube de futebol Chelsea.
  • O Presidente da Ucrânia diz que, ao visitar, na semana passada, a cidade de Bucha, palco de um massacre, experienciou “o espectro inteiro de emoções”, mas terminou a visita com “nada mais que ódio pelo exército russo”.
  • O parlamento da Ucrânia suspendeu a atividade do partido pró-russo Plataforma Opositora – Pela Vida, por decisão do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia.
  • O opositor russo, Alexey Navalny, referiu-se ao Presidente Vladimir Putin como “o criminoso de guerra do Kremlin”.
  • O Presidente dos Estados Unidos disse que a administração está “a decidir neste momento” se vai enviar um representante para a Ucrânia, depois de vários países terem já enviado figuras de topo a Kiev.
  • O diretor da CIA, William Burns, considera que os EUA não podem encarar de “ânimo leve” a possibilidade de a Rússia usar armas nucleares. No entanto, assumiu que os serviços secretos norte-americanos não tem encontrado evidências que reforcem essa preocupação.
  • O Ministério da Defesa da Rússia diz que o navio de guerra Moskva se afundou no Mar Negro, ao largo do sul da Ucrânia.

O que aconteceu durante a manhã

  • O Kremlin confirmou “graves danos” num dos mais importantes navios de guerra russos, que está ancorado no Mar Negro. As versões dadas pela Ucrânia e pela Rússia sobre o que aconteceu são, no entanto, diferentes.
  • Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, anunciou que, para existir um encontro entre os Presidentes da Rússia e da Ucrânia é necessário um acordo escrito pronto a assinar.
  • Ucrânia acusou a Rússia de manter 300 pessoas como reféns na cave de uma escola em Yadine. Segundo o ministério da Defesa ucraniano, as pessoas estão a registar na parede os nomes de 18 pessoas que foram mortas.
  • A Rússia disse que uma aldeia junto à fronteira ucraniana foi atacada. Deste ataque, segundo a agência russa Tass, terão resultado sete feridos, incluindo uma crianças e uma grávida.
  • No seu relatório diário, o ministério da Defesa britânico indicou que a resistência ucraniana em Mariupol está a fazer com que mais militares russos sejam mobilizados para esta cidade portuária. E a autarquia de Mariupol indicou esta quinta-feira que o número de mortes pode chegar aos 35 mil nos próximos dias.
  • A Ucrânia afirmou ter destruído uma ponte em Kharkiv enquanto tropas e veículos russos passavam no local.
  • A Áustria avançou que vai continuar a pagar o gás russo em euros, mesmo depois de Putin ter avisado que só serão aceites pagamentos em rublos.
  • A Rússia voltou a avisar a Finlândia e a Suécia sobre a sua intenção de entrar na NATO, sublinhando que, se isso acontecer, estes países passam a ser considerados “inimigos”.
  • Putin disse que a Europa “está a desestabilizar o mercado energético”, acrescentando que o país tem de “diversificar as suas exportações”.
  • O Papa Francisco publica um livro, em que apela à construção da paz através do diálogo.
  • Em mais um discurso, Zelensky disse que “a União Europeia tem de parar de patrocinar a máquina militar da Rússia”.

O que aconteceu durante a madrugada e manhã

  • Quase 6.500 alegados crimes de guerra estarão em investigação, diz Ministério Público ucraniano. Os dados referem que 197 crianças morreram desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia.
  • Ucrânia anunciou a abertura de nove corredores humanitários, incluindo, mais uma vez, Mariupol. Têm sido feitas várias tentativas para retirar pessoas desta cidade portuária, mas o número de civis que conseguem sair é muito reduzido, uma vez que os ataques continuam.
  • Rússia está a mobilizar 70 mil pessoas para Donetsk, avançou o ministério da Defesa ucraniano esta quinta-feira. De acordo com o balanço divulgado, as forças ucranianas travaram oito ataques russos no último dia nas regiões de Donetsk e Lugansk.
  • Diretor da OMS diz que o mundo “não presta a mesma atenção às vidas de negros e brancos”.
  • Rússia mantém missões lunares, apesar da retirada da Agência Espacial Europeia.
  • Bruxelas pediu o apoio dos 27 membros da União Europeia para investigar crimes de guerra.

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